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Frases de José Lins do Rego

José Lins do Rego foi um romancista, jornalista e cronista brasileiro. Seu primeiro livro foi Menino do Engenho e o último publicado foi Cangaceiros. Tornou-se membro da Academia Brasileira de Letras em 1956.

03/06/1901 12/09/1957
Saudades José Lins do Rego

Se chove, tenho saudades do sol, se faz calor, tenho saudades da chuva.


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Santa-Rosa José Lins do Rego

Afastara-me uns dez anos de Santa-Rosa. O engenho vinha sendo para mim um campo de recreio nas férias do colégio e da universidade. Fizera-me um homem entre gente estranha, nos exames, nos estudos, em casas de pensão. O Mundo cresceu tanto para mim que quase Santa-Rosa se reduzira a um quase nada. Vinte e quatro anos, homem, senhor do meu destino, formado em Direito, sem saber faze nada.


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Literatura José Lins do Rego

A literatura é a própria vida. Logo, para que exista uma verdadeira literatura, preciso se faz que mande a vida.


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Criado José Lins do Rego

Mas eu lhe digo: estas mãos que o senhor vê nunca cortaram sola para ele. Não sou criado de ninguém. Grito comigo não vai.


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Mortos José Lins do Rego

De vez em quando, sem saber com e por que, damos conosco a fazer a chamada dos nossos mortos. E em silêncio, como convém aos que passaram para o outro lado da vida.


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Conhecimento do Brasil José Lins do Rego

O conhecimento do Brasil passa pelo futebol.


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Mãe José Lins do Rego

Todos os retratos que tenho de minha mãe não me dão nunca a fisionomia que eu guardo dela - a doce fisionomia daquele rosto, daquela melancólica beleza do seu olhar. O seu destino fora cruel: morrer como morreu, vítima de um excesso de cólera do homem que tanto amara.


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Deus queira José Lins do Rego

Enfim, literato da cabeça aos pés, amigo de meus amigos e capaz de tudo se me pisarem nos calos. Perco então a cabeça e fico ridículo. Não sou mau pagador. Se tenho, pago, mas se não tenho, não pago, e não perco o sono por isso. Afinal de contas, sou um homem como os outros. E Deus queira que assim continue.


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Agradecimento na ABL José Lins do Rego

Chego ao fim e vos agradeço a eleição. Não rastejei, não vos namorei com olhos compridos de namorado impertinente. Destes-me esta cadeira sem esforços e sem trabalho. Agradeço-vos, e serei vosso companheiro sem torcer a minha natureza. O homem José Lins do Rego continuará intacto com as suas deficiências e as suas possíveis qualidades, pronto ao serviço de Machado de Assis, o capitão de todos nós.


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A Volta José Lins do Rego

Volto hoje às minhas criaturas, aos rudes homens do cangaço, às mulheres, aos sertanejos castigados, às terras tostadas de sol e tintas de sangue, ao mundo fabuloso do meu romance, já no meio do caminho.


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Medíocres José Lins do Rego

Os grandes escritores têm a sua língua, os medíocres, a sua gramática.


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Pai José Lins do Rego

Ainda me lembro de meu pai. Era um homem alto e bonito, com os olhos grandes e um bigode preto. Sempre que estava comigo, era a beijar-me, a contar-me histórias, a fazer-me as vontades. Tudo dele era para mim. Eu mexia nos seus livros, sujava as suas roupas, e meu pai não se importava. Às vezes, porém, ele entrava em casa calado. Sentava-se numa cadeira ou passeava no corredor com as mãos atrás das costas, e discutia muito com minha mãe. Gritava, dizia tanta coisa, ficava com uma cara de raiva que me fazia medo. Coitado de meu pai! Parece que o vejo quando saiu de casa com os soldados, no dia do seu crime. Vim a compreender, com o tempo, porque razão se deixara a levar ao desespero. O amor que tinha pela esposa era o amor de um louco. O seu lugar não era no presídio para onde o levaram. O meu pobre pai, dez anos depois, morria na casa de saúde, liquidado por uma paralisia geral.


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Espírito Olímpico José Lins do Rego

O espírito olímpico não é o que conduz à vitória por cima de tudo. É o que chega à vitória para engrandecê-la e respeitar a derrota dos que ficam embaixo.


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Descrição José Lins do Rego

Tenho quarenta e seis anos, moreno, cabelos pretos, com meia dúzia de fios brancos, um metro e 74 centímetros, casado, com três filhas e um genro, 86 quilos bem pesados, muita saúde e muito medo de morrer.


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Jovens José Lins do Rego

O espírito dos jovens não faz mal aos que sabem envelhecer.


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Academia Brasileira de Letras José Lins do Rego

Chego a esta casa sem arrependimentos pelo que fiz, nem temor de falar como sempre falei, com a língua solta que Deus me deu. Estou certo de que a academia não restringirá os meus surtos, as minhas palavras. Trago ao convívio de doutos e mestres a simplicidade de um falar ligado ao povo.


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Hábitos José Lins do Rego

Não gosto de trabalhar, não fumo, durmo com muitos sonhos, e já escrevi 11 romances.


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Esportes José Lins do Rego

Vou ao futebol, e sofro como um pobre diabo. Jogo tênis, pessimamente, e daria tudo para ver meu clube campeão de tudo.


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José Lins do Rego

Sou homem de paixões violentas. Temo os poderes de Deus, e fui devoto de Nossa Senhora da Conceição.


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