Aprendizados com o filme Coringa sobre saúde mental
Um filme que deu o que falar em 2019 foi Coringa. O enredo focado no polêmico personagem da DC pouco se importou com tramas heroicas ou com a semelhança com as histórias em quadrinhos. Construindo o palhaço mais temido dos cinemas de forma mais social, o filme desenvolve um contexto psíquico em torno de Arthur Fleck, um animador de festas e aspirante a comediante com graves transtornos mentais. Críticas à negligência estatal para com os mentalmente instáveis, ao comportamento tóxico da sociedade e a uma bestialização dos portadores de doenças mentais pontilharam a narrativa, rendendo a conquista de Oscars. Mas o que podemos tirar de aprendizado com o filme Coringa sobre saúde mental?
Traumas de infância podem levar a transtornos sériosCoisas que acontecem enquanto somos crianças podem influenciar e muito a mentalidade na vida adulta. Por causa de maus-tratos na infância, o palhaço psicótico desenvolveu um transtorno chamado síndrome pseudobulbar, em que o paciente sofre de ataques de riso ou choro aleatoriamente, por decorrência de traumas durante a infância. É desse comportamento que surgiu a famosa risada do Coringa.
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Sem transparência“A pior parte de ter uma doença mental é que as pessoas esperam que você se comporte como se não tivesse.”
Arthur Fleck, o “Coringa”, mantém um caderno onde crava pensamentos acerca de sua realidade. Usuário de sete remédios prescritos e portador de transtornos mentais, ele não mente ao dizer que sua doença é algo com que a sociedade não quer ter de lidar. Entretanto, nunca devemos guardar nossas dores. Busque ajuda de pessoas confiáveis
e não tenha medo!
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Quanto menos auxílio social, piorSem estabilidade emocional ou psíquica, Arthur Fleck também não possuía amparo social. Ganhava a vida com bicos, tinha acesso apenas a um sistema de saúde precário, que não tinha condições financeiras de mantê-lo medicado. Dessa forma, o Estado pode colaborar – e muito – para a recuperação, estabilização ou completa destruição de nossa saúde mental.
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O preconceito pode colocar em risco toda uma sociedadeEvitar o assunto nunca poderá ser uma opção. Como a produtora de “Coringa” alegou após inúmeros pedidos para que o filme não fosse exibido, existem temas delicados que precisam ser debatidos e salvos do preconceito em torno do assunto. O acesso à informação sobre saúde mental e os cuidados que devemos ter para mantê-la podem salvar não apenas o paciente como uma sociedade inteira. Busque conhecer a fundo esse mundo e conscientize-se!
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Transtornos mentais não são sinônimo de perigoAlgumas críticas foram direcionadas ao filme pela alusão de que todos os portadores de doenças mentais são perigosos. Entretanto, essa não foi a intenção da trama e tampouco representa uma realidade. “Coringa” nos mostra que transtornos neurológicos podem ser controlados, porém sem o amparo social ou familiar existe, sim, a possibilidade de uma evolução bastante grave.
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Nosso comportamento interfere diretamente na saúde mental do próximoIsso não é novidade: toda ação que praticamos para com alguém gera uma reação. O bullying e a ridicularização destroem a autoestima de um indivíduo, tornando-o mais sensível, apático e/ou inseguro em relação a si mesmo e suas capacidades. No longa, é debatido subliminarmente se o comportamento homicida de Arthur Fleck se dá por causa do bullying ou por algum acontecimento traumático. Todavia, essas práticas não conseguem manipular um ser humano a esse ponto.
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A pauta está sendo levantadaNão apenas a obra em questão como as consequências dela nos fazem refletir sobre o assunto levantado em “Coringa”. Indicado a 11 Oscars e vencedor em duas categorias, o filme retrata o problema da saúde mental, que nunca foi tão discutida. Uma história forte
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foi homenageada pelo prêmio mais importante do cinema, levando o assunto a debates e chamando atenção para essa questão. Precisamos nos conscientizar, buscar ajuda e repensar o modo como lidamos com a dor do próximo.
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Negligenciar problemas mentais pode acarretar em uma catástrofeSeja depressão, ansiedade ou até mesmo a psicopatia, todo transtorno mental deve ser tratado corretamente e com muita seriedade. Não é frescura ou drama. O comportamento do afetado não se configura por um aspecto de sua personalidade, mas sim por um desequilíbrio químico cerebral. Ignorá-lo pode causar efeitos graves, como a piora da doença, o suicídio ou o comportamento pouco sociável.
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Precisamos nos livrar da bestialização do pacienteComo visto no filme, Arthur Fleck é constantemente tratado como uma aberração, um esquisito. Essa desumanização de um indivíduo é extremamente nociva para ele em diversos níveis. Em alguns casos, pode-se desenvolver uma raiva extrema de tudo e de todos. Em outros, um ódio profundo consigo mesmo. Isso nos serve de lição: portar uma doença mental não o torna menos humano, mas zombar de alguém por tê-la sim.
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Os muitos impactos na vida socialUma pessoa mentalmente desestabilizada reflete essa situação em vários comportamentos. Existe mais dificuldade no trabalho, como no caso de Fleck, raciocínio mais lento e falta de concentração constante afetando outros âmbitos da vida do paciente. É preciso ser paciente e solícito com o problema do próximo. Ele não se comporta dessa maneira conscientemente, mas, em muitos casos, sabe que seus resultados não estão bons, o que acaba por deprimi-lo ainda mais.
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