Frases de Guilherme Arantes
Artista de mão cheia, Guilherme Arantes fala sobre sua carreira de sucesso, seus altos e baixos e até sobre sua parceira com a eterna pimentinha, Elis Regina.
Fim da ditadura Guilherme ArantesFui de uma época favorável. Era a classe média da descompressão ideológica com o fim da ditadura. Então, chega a nossa geração e eu posso fazer uma coisa mais leve, porque as pessoas estavam querendo ser felizes. Consegui construir bastante coisa, mas tenho essa consciência, de relativizar. Estava dentro do caldo de cultura e, sem ele, você não consegue prosperar muito.
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Interesse Guilherme ArantesE quando Elis olha pra mim e fala, pô, “estou a fim de você”. Eu desabei. Desabei, porque conhecia ela de trás pra diante. Ela fazia parte da minha vida. Aquilo estar acontecendo era uma coisa inimaginável.
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Mobilidade Guilherme ArantesAcho que sou sobrevivente de várias vidas, sabe? Tive várias encarnações diferentes numa só. Outro dia eu estava no Google marcando os lugares que marcaram a minha vida. Isso é legal, marcar onde nasceu, pra onde mudou, onde estudava, foi pro Rio de Janeiro, na Barra. Marquei todos os lugares e falei: nossa, que vida maluca. Eu fiz muita coisa, tive uma mobilidade grande.
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Significado do nome Guilherme
Para Trás Guilherme ArantesJá ficou pra trás essa ânsia de poder. O poder é a verdade da música.
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Dar um tempo Guilherme ArantesO artista também tem que dar um tempo, pra renovar. Às vezes faz parte da estratégia você sumir. Marisa Monte tem o dom do sumiço, isso é importante. As duplas sertanejas ficam chatas, insistindo todo ano em querer o primeiro lugar da parada, na tora. Isso é o que chamo de hegemônico.
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Conquista Guilherme ArantesPor exemplo, no envolvimento amoroso, você não se conter e ir metendo a cara. Com o tempo você fica mais maduro e não tem tanto ímpeto de conquista. Ele tem que ser moderado pela maturidade.
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Geração Guilherme ArantesNasci em 1953, seis anos antes de eu nascer ainda tinha Adolf Hitler no mundo. Minha geração é muito marcada pelo fim da guerra, sou logo a geração baby-boomer.
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Criação Guilherme ArantesMinha avó era Bagels, família de Hamburgo. Mas é uma misturada, o Lima Verde acho que é português também. Essa é a minha formação. O meu pai, por exemplo, era muito durão. Ele e meus tios tinham um resquício ainda de admiração pelo totalitarismo europeu. Não vou dizer pelo fascismo, que meu pai não era fascista, pelo contrário, mas usava um bigodinho, cabelo escovinha. Era uma fase ainda de linha dura, e assim eu fui criado.
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Brigas Guilherme ArantesHoje em dia acho que sou bem-quisto em várias áreas da música, não só de MPB. O pessoal do rock mesmo é que me isola um pouquinho, mas isso já é histórico. Eu também comprei muita briga no passado. Mas hoje já estou bem mais soft.
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Alma Feminina Guilherme ArantesTambém sempre fui muito fã de artistas com alma feminina --como Chico [Buarque] e Vinícius [de Moraes]-- e da bossa nova, que é muito afeminada. É muito barquinho, beijinho, cantinho. Tudo muito carinhoso, gostoso. Então, fiquei com uma característica de uma música bastante feminina e sentimental.
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São Paulo Guilherme ArantesFui criado também em Santo Amaro, mas depois minha mãe mudou pra alameda Campinas, perto da avenida Paulista. Vivi ali. Minha identidade é totalmente paulistana, me sinto totalmente em casa em São Paulo.
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Encrencas Guilherme ArantesNão é legal esse ferrão pronto pra ferroar. É chato. Com o tempo, hoje, tenho mais humildade de ver que, poxa, somos uma geração bacana. Procurei muita encrenca de bobeira.
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RAP Guilherme ArantesAcho que muitos dos acadêmicos da ABL (Academia Brasileira de Letras) não honram a casa de Machado de Assis. Às vezes um rapper é mais foda na verve poética. A poesia faz uma viagem, percorre um caminho alucinado, embora seja tudo em cima de um mundo da injustiça, da truculência, da pobreza. Mas, independente disso, é de uma riqueza de elementos poéticos, tem verdadeiras obras-primas.
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Racismo Guilherme ArantesHavia uma grande exclusão social no Brasil. Você olha uma foto de 1940, 1950, você só vê branco, não se vê preto no Brasil.
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Descendentes Guilherme ArantesSou descendente de italiano, português e francês. A minha mãe tem italiano e francês na família. No meu pai tem português e alemão. Minha avó é cearense.
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Berço de Ouro Guilherme ArantesEu nasci em berço de ouro. Não é bem rico, não. A gente viveu bem, sem dúvida, meu pai era médico, um grande cirurgião, de indústria farmacêutica também. Mas a gente não era dessas famílias paulistanas tipo Penteado, Prado. Era uma família de batalhadores, meu pai era batalhador. Os Arantes, na verdade, foram sesmeiros. Meu pai foi um cara que teve que sair da estaca zero.
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Certo Guilherme ArantesEu era muito… muito metido. Mas deu tudo certo pra mim.
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Limitações Guilherme ArantesOs jornalistas no fundo gostavam de mim, mas talvez eu não gostasse dos jornalistas. Hoje eu aprendi a gostar, a entender a dinâmica, como o jornalista vê. Hoje tenho mais idade pra olhar a coisa de uma forma mais ampla. Eu era muito limitado.
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Ser artistas Guilherme ArantesFui muito irregular, a carreira de artista é muito difícil, muito instável. Um ano você está bem, no outro não está. Tem circunstâncias do mercado também, de estar mais ou menos favorável.
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Chatice Guilherme ArantesTudo que é muito hegemônico é chato. Eu também, quando me tornei hegemônico em grande gravadora, ficou chato.
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Presentes da Vida Guilherme ArantesAh, eu tive muito alto e baixo, fui muito irregular. Me lancei, fui fulminante. No terceiro ano já estavam dizendo que eu estava acabado, “esse cara já era”. Nossa, tinha tanta coisa pela frente. Aí a vida vai dando presentes.
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Caminhos Guilherme ArantesEu não tocava na FM. Entrei na FM com a Elis. Nós entramos juntos no FM, porque Elis também não tocava. Ela tinha feito Falso Brilhante (1976), depois foi pra Warner, tocou em Montreux com Hermeto Pascoal, uma carreira muito acidentada, tentando achar um caminho.
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Jovem Guarda Guilherme ArantesA jovem guarda foi um dos meus modelos e ensinou que é importante ser popular e atravessar transversalmente a sociedade, estourar no povão.
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Posição Guilherme ArantesA gente está no alto de uma posição hegemônica. Um jornalista cumpre o papel dele de questionar, e o artista, no ego, fica bicado. Todo mundo acha do caralho, por que o jornalista não acha? Por que ele tem que fazer isso?
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