História dos Sobrenomes
Os sobrenomes possuem diversas origens. Num país tão diverso como o Brasil, temos sobrenomes portugueses, italianos, alemães, judeus... Você sabe a origem do seu? Veja a história completa dos sobrenomes aqui.
PatrimônioMuito além da designação, o sobrenome é um patrimônio de família, marca exclusiva que representa toda uma linhagem, nomeação que se entende por gerações e gerações, identificando características físicas e comportamentos semelhantes. Entretanto, a descendência não se limita ao à genética, mas se desenvolve no campo histórico. Nesse sentido, a recomposição das linhagens, ilustrada por árvores genealógicas com nomes e datas, não se apresenta como um registro confiável.
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CristianismoNa Idade Média, passou a vigorar o nome de batismo para designar as pessoas. Fala-se em nome de batismo pois, na época da queda do Império Romano, a península itálica já era praticamente toda cristã. Por outro lado, povos invasores, foram cristianizados em massa após a desagregação do Império.. Este elemento foi fundamental para aproximar estes povos.
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ConfusãoOs nomes começaram a se repetir com a chegada de alemães, com a falta de costume dos latinos em adotar sobrenomes e com a influência do cristianismo. Isso causou grande tumulto na regiões, com nomes se repetindo e pessoas sendo confundidas, sendo difícil manter a individualidade de cada um.
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OrigemOs sobrenomes surgiram para a identificação de pessoas durante a baixa Idade Média. Antes, eram utilizados apenas por reis e nobres. Eles geralmente eram ligados à região em que eram soberanos. Devido ao aumento da população os sobrenomes começaram a ser comuns, já que os nomes compostos já não eram mais suficientes para distinguir plebeus. Esses nomes eram usados de acordo com seu ofício, origem, fortuna, físico, personalidade, etc. Podemos pegar exemplos portugueses como: Ferreiro, Lisboa, Rico, Longo, Valente, etc. Estes hábitos foram passados de geração em geração. Foi em 1370 que os documentos começaram a reservar o campo "sobrenome".
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Sobrenomes FamiliaresPara manter a individualidade de cada um, foram criadas algumas fórmulas já que em uma única região, havia milhares de "Johannes" (João) por exemplo. Os primeiros sobrenomes familiares como conhecemos hoje foram encontrados pro volta do século VIII.
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Origem GeográficaA maior parte de sobrenomes existentes no Brasil é de origem portuguesa devido à colonização dos portugueses. Uns são de origem geográfica, ou seja, o local onde as pessoas moravam. Algum exemplos: Coimbra, Lisboa, Araújo, Barcelos, Faro, etc...
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CultivoAlguns sobrenomes eram originados a partir do cultivos de alguma plantação. Se uma família cultivava azeitonas, eram conhecidas como Oliveira. O mesmo acontece com Pereira, Amoreira, Macieira, etc.
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JudaicosÉ comum ouvir que certos sobrenomes usados por lusodescendentes identificam origem judaica, herança de ancestrais cristãos-novos. De acordo com esta explicação popular, sobrenomes como Lobo ou Pereira identificariam a procedência.
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DerivadosTambém por derivação foi possível formar sobrenomes. Fernandes, por exemplo, seria, na origem, o filho de Fernando; assim como Rodrigues, o filho de Rodrigo; Álvares, o de Álvaro.
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AceitaçãoNa Inglaterra, por exemplo, só passaram a ser usados depois de sua conquista pelos normandos, no ano de 1066. Foi só no início do renascimento que os cognomes voltaram a ter aceitação geral.
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SilvaTambém o leigo “da Silva” (silva em latim, é selva, o que significa que a pessoa assim denominada tinha origem imprecisa, não se sabia ao certo de que cidade ou região ela procedia) foi fartamente atribuído àqueles que não traziam consigo um nome de família. Não é, portanto, por acaso que Silva é hoje no Brasil o sobrenome mais comum, aquele usado pelo maior número de cidadãos.
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HomenagemA história de família, percorrendo sobrenomes, abrange necessariamente os cenários e as circunstâncias nos quais vivem os personagens. A reconstrução da formação da família, pode gerar interpretações capaz de estabelecer uma ponte entre o passado e o presente sendo uma homenagem a nossos antepassados.
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CognomesOs cognomes, apelidos, sobrenomes ou nomes de família já eram usado antigamente em Roma. Os romanos possuíam um sistema próprio para distinguir uma pessoa de outra pelo nome ou por outros apostos a ele.
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Identificação em RomaPela história desse povo, julga-se que este sistema tenha surgidos em épocas remotas e que já fosse de uso comum logo após o início da expansão do poderio de Roma. Os romanos possuíam um sistema pelo qual identificavam no nome do indivíduo qual era a sua origem. Essa foi a primeira estratégia de se identificar um grupo familiar em específico, porém, com a queda do Império em 476 d.C. este sistema deixou de existir e o sobrenome caiu em desuso.
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PopularizandoO estabelecimento de vários povos estrangeiros introduziu uma grande variedade de nomes e palavras que foram sendo passadas para povos estrangeiro que não possuíam a tradição dos sobrenomes.
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CerimôniasOs judeus sempre usaram, para se identificar, um patronímico, o nome do pai. É só verificar no Velho Testamento – a Bíblia Hebraica – os nomes dos personagens como Fulano ben (filho de) Sicrano. Hoje eles são usados apenas nas cerimônias religiosas.
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Patrimônios FamiliaresOs sobrenomes foram incorporados primeiro na Península Ibérica e depois, por influência napoleônica, fora dela. No mundo ibérico, já no século XIV, havia judeus que se identificavam com prenome bíblico e um sobrenome de variadas origens geográficas: Abravanel, Amado, Arruda, Cavaleiro, Cohen, Crespim, Franco, Navarro, Negro, Pinto, Toledano, Valentim, que, com o passar dos anos, foram incorporados aos patrimônios familiares.
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Novos NomesA permanência dos judeus, como convertidos, a partir do século XV, tornou obrigatório o recebimento de novos nomes e sobrenomes sem que houvesse um ordenamento jurídico para sua aquisição. Somente os prenomes tradicionalmente usados, como Abraão, Isaac e Jacó foram convenientemente abandonados.
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Judeus ConvertidosOs convertidos que se renomeavam também nada traziam do passado. O objetivo era desaparecer na massa circundante.
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Nome de FamíliaEm 1563, foi concretizado o uso de sobrenomes ao estabelecer nas igrejas os registros batismais que exigiam, além do nome de batismo, um nome cristão de santo ou santa, um sobrenome ou nome de família.
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InquisiçãoComo encontrar os sobrenomes utilizados pelos cristãos-novos e seus descendentes se eles desapareceram na população geral? Convém consultar a documentação produzida pela Inquisição, como as listas de penitenciados e cerca de 40 mil processos movidos contra cristãos-novos entre os séculos XVI e XVIII. Lá está a maioria dos sobrenomes usados pelos portugueses. Do simples Santos ao dinástico Bragança. Em alguns casos, é possível encontrar a autoridade inquisitorial e o réu com o mesmo nome de família, sem que eles tenham vínculos de parentesco entre si.
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Afirmações EquivocadasÉ impossível descobrir a origem de um lusodescendente só pelo nome de família. É equivocado afirmar que alguém tem origem judaica só por ter um sobrenome como Barata, Bezerra, Carneiro, Carvalho, Cordeiro, Falcão, Figueira, Leão, Leitão, Lobo, Oliveira ou Pereira. A afirmação não se sustentaria na documentação produzida durante 300 anos. Não há sobrenome cristão-novo, mas um sobrenome ibérico usado por cristãos-novos, que muitas vezes foi o mesmo usado também por cristãos-velhos, ciganos, mouriscos, indígenas e etc.
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NegrosNegros africanos, que vieram para o Brasil como escravos, e dos quais tantos de nós descendemos, foram obrigados a deixar para trás seu passado, seu nome e a identificação de sua origem tribal. Aqui foram batizados com um nome cristão e os sobrenomes que recebiam muitas vezes eram os mesmos de seus senhores. Quando isso não ocorria, os senhores lhes davam sobrenomes de origem religiosa, como Batista, de Jesus, do Espírito Santo.
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