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Poesia da alma

O que você está esperando para descobrir tudo aquilo que sua alma esconde? Dê vazão aos seus sentimentos mais belos, puros e profundos e compreenda a força do amor. Confira nossa seleção de poemas que vão desvendar os mistérios da sua alma. Compartilhe com seus amigos.

A expressão da poesia

Esses olhos escuros como madeira polida
refletindo as dúvidas indecifráveis e sentidas
contemplados e apreciados por fim,
por tantos outros olhares; por mim.

O teu cobre externo ofusca
as minhas verdades, a minha vontade.
Só pretendo acabar com a busca
que no fim dar-me-á liberdade.

A graça é que me perco no seu sorriso
que propaga o encanto, simples e belo
Me faz esquecer as palavras sentidas
e desperta meu riso; um apreço sincero.
Tudo se faz claro diante dessa utopia
pois se palavras faladas pudessem expressar,
de que serviria a poesia?


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Um amor a dois Vanessa Neves

somos plural
entrelaçados por um amor
escrito no singular.


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Ópio do amor Machado de Assis

Flecha rubra
Em dopamina
Infestada de
Adrenalina
Expôs-me com furor
Ao ópio chamado amor


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Malabarismos Vanessa Neves

arma teu circo,
tua sina,
teu amor,
se não der,
deixe,
farei malabarismos
com a dor.


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Imensidão Vinicius Cinereo

Se mares for
se afogue
em água rasa.
porque quem passa
irá ver o barulho da imensidão.


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Versos mudos

Entre meus versos mudos
seus ouvidos surdos
e a minha voz
que nunca te alcança
eu fico parada
com a esperança
vazando entre
meu dedos.


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Depois... Paulo Leminski

você nunca vai saber
o que vem depois de sábado
quem sabe um século
muito mais lindo e mais sábio
quem sabe apenas
mais um domingo


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Carência Clarice Lispector

Ah, meu amor, não tenhas medo da carência:
Ela é o nosso destino maior.
O amor é tão mais fatal
do que eu havia pensado,
O amor é tão inerente quanto a
própria carência,
E nós somos garantidos por uma necessidade
que se renovará continuamente.
O amor já está, está sempre.
Falta apenas o golpe da graça -
que se chama paixão.


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Ato de amar Vanessa Neves

abraço o teu medo,
te aqueço com todo amor do meu manso peito,
lambuzo-me com tua tristeza
e com meus lábios macios e quentes
beijo sua dor
num simples ato de amor.


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Infinito

Todo dia a mesma dor
(a mesma cor)
Todo dia o mesmo voo
(o mesmo abismo)
Todo dia o mesmo som
(o mesmo sol)
Todo dia o mesmo show
(o mesmo sangue no jornal)
Todo dia o mesmo sonho
( o mesmo medo de arriscar)

Todo dia o mesmo dia, e eu sempre clamando por um inconstante infinito.

(…)


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Um pouco de amor

era alta demais,
se encurvou sobre seus medos

sorria e chorava,
enquanto seu peito gritava

andava sem rumo nas ruas
pra ver se um pouco menos amava.

desse jeito ela achava,
que em cada esquina que dobrava
um pouco de amor deixava.


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Abraço Vanessa Neves

o que realmente preciso é de espaço…
quente e apertado
neste teu abraço.


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Meu sorriso Vanessa Neves

eu me desfaço
quando esse teu
sorriso largo
teima em me encontrar.


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Poesia pelo corpo Carlos Drummond de Andrade

Que grandes corações eles possuíam.
Vísceras imensas, tripas sentimentais
e um estômago cheio de poesia.


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Ausência Carlos Drummond de Andrade

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.


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Canção amiga Carlos Drummond de Andrade

Eu preparo uma canção
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que fale como dois olhos.

Caminho por uma rua
que passa em muitos países.
Se não me veem, eu vejo
e saúdo velhos amigos.

Eu distribuo um segredo
como quem ama ou sorri.
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram.

Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas.

Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.


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Amar Carlos Drummond de Andrade

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.


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Sobriedade

Aquela sobriedade louca
de ser poeta
Aquela razão insana
Que não me afeta
Um desejo imenso
ensejo intenso
de viver a vida
dura
aflita
incompleta


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Onde está a poesia?

Afixam cartazes;
Ecoam pelos ares:
"Poesia, onde moras?"

E os rapazes, loquazes,
perguntavam aos milhares
Poesia, por que choras?

Poesia sumiu, não fez as pazes
Poesia fugiu, deixando órfãos os bares.
Poesia, não vá embora!


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