Fábulas
As fábulas com animais como personagens são instrumentos criativos de transmissão de valores éticos, desde os Sumérios. Os conteúdos são universais, do imaginário coletivo, apresentados didaticamente. Perduram na memória. Você já ouviu falar de “A cigarra e a formiga”, reforçando a importância do trabalho para a sobrevivência? E da célebre corrida entre uma lebre e uma tartaruga, cujo final mostra que o excesso de autoconfiança pode ser ruim? Contadas na nossa infância, passadas de geração a geração, essas narrativas são essenciais para aprendermos a lidar com o desconhecido, com as frustrações e com os medos. Encontre muitas fábulas e aprenda de forma lúdica com histórias de animais.
Direto ao pontoO Galo e a Pérola
A mula, o velho e o menino
O parto da montanha
A Raposa e a Parreira
O cachorro e o lobo
O lobo e as ovelhas
A raposa e o leão
A macaca e a raposa
A Beleza do Alce
O mosquito e o touro
O homem e o machado
O burro carregando o sal
O rei dos macacos
O Galo e a Raposa
O Sapo e o Poço
O Burro e o Leão
A cigarra e a formiga
O lobo, os porquinhos e a coruja
A rã e o boi
A raposa e as uvas
O cachorro e seu reflexo
A mulher que possuía uma galinha
A raposa e a cegonha
O Leão e o Ratinho
Gansa dos Ovos de Ouro
A Pomba e a Formiga
A lebre e a tartaruga
O gato e o rato
A andorinha e as outras aves
O corvo e o jarro
O Lobo e o Cordeiro
A Assembleia dos Ratos
A Leiteira
O limão insatisfeito
O pastor mentirosoEra uma vez um jovem pastor que costumava levar o seu rebanho de ovelhas para a serra a pastar. Como estava sozinho durante todo o dia, aborrecia-se muito. Então pensou numa maneira de ter companhia e de se divertir um pouco.
Voltou-se na direção da aldeia e gritou: "Lobo! Lobo!". Os camponeses correram em seu auxílio. Não gostaram da graça, mas alguns deles acabaram por ficar junto do pastor por algum tempo. O rapaz ficou tão contente que repetiu várias vezes a façanha.
Alguns dias depois, um lobo saiu da floresta e atacou o rebanho. O pastorzinho pediu ajuda, gritando ainda mais alto do que costumava fazer: "Lobo! Lobo!". Como os camponeses já tinham sido enganados várias vezes, pensaram que era mais uma brincadeira e não o foram ajudar.
O lobo pôde encher a barriga à vontade porque ninguém o impediu. Quando voltou à aldeia, o rapaz queixou-se amargamente, mas o homem mais velho e sábio da aldeia respondeu-lhe: "Na boca do mentiroso, o certo é duvidoso".
Moral da história: a mentira tem perna curta, e quem tanto mente acaba perdendo a credibilidade com os outros.
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O limão insatisfeito
“Num mesmo pomar, viviam, lado a lado, um pé de limão galego e um pé de tangerina.
O pé de tangerina estava sempre com crianças à sua volta.
Era depois da brincadeira... Era na volta da escola... Era depois do jantar...
As crianças deliciavam-se com as gostosas tangerinas.
Um limão galego, do pé de limão vizinho, olhava tudo aquilo muito aborrecido.
Ninguém queria saber dele. Nenhuma criança o olhava com alegria, como faziam com a tangerina.
Também pudera... os limões eram tão azedos!
E eles iam ficando esquecidos no seu pé até ficarem velhos... Ou até quando a cozinheira se lembrava deles para temperar a carne ou a salada. Mas aquele limão galego não aceitava viver assim. Tudo que ele queria era ser doce como uma tangerina.
Aconteceu que, num dia de temporal, o vento o arrancou do limoeiro; e ele caiu num galho do pé de tangerina.
Meio assustado, o limão galego viu que estava bem ao lado de uma tangerina bem gordinha.
Ficou feliz! Agora, naquele pé, poderia passar por uma tangerina e seria admirado por todos.
O limão ajeitou-se da melhor forma que pôde, bem junto a uma folhinha, e ali ficou com ares de tangerina.”
Moral da história: Ser autêntico e aceitar a própria natureza é o caminho para a felicidade. Cada um de nós possui características únicas e especiais. Ao abraçá-las com orgulho, encontramos nosso verdadeiro lugar e valor na vida, atraindo apenas pessoas que nos apreciarão por quem somos!
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A mula, o velho e o menino
Um menino e um velho decidiram ir à cidade vender a mula. No caminho, encontraram uma senhora que achou aquilo um absurdo:
— Veja! Um homem velho andando a pé com a mula folgada sem carregar peso algum!
Percebendo que a senhora estava certa, o velho resolveu montar no animal para continuar a viagem.
Passou por um jovem que também comentou:
— Que absurdo! Um homem forte e pesado como você montado sossegado na mula e o pequeno garoto andando a pé... Não tem vergonha!?
O velho, refletindo a respeito do que o jovem disse, decidiu descer e dar a montaria para o menino, continuando a viagem a pé.
Seguindo, encontraram duas mulheres que também comentaram:
— Essa mula é forte, com certeza consegue levar os dois.
O velho resolveu seguir o conselho, agora das moças, e subiu na mula junto com o menino.
Seguiram andando quando encontraram dois padres que reprovaram a atitude:
— Que irresponsabilidade! Estão querendo matar o pobre animal! Assim, o que chega à cidade não é mais a mula: é a sombra dela! No mínimo, eles é que deveriam carregá-la!
Ouvindo os padres, pegaram a mula no colo e carregaram-na até entrar na cidade; todo mundo ria da cena:
– Olhem: Três burros, dois de dois pés e um de quatro! Mas qual dos três é o mais burro?
– Sou eu! – replicou o velho. – Venho há uma hora fazendo o que querem. Agora farei o que manda a consciência, não me importa se o mundo concorda ou não!
Moral da história: Quem quer agradar a todos acaba não agradando a ninguém.
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O Galo e a Pérola
Um galo, que ciscava no terreiro para encontrar alimento, fossem migalhas, ou bichinhos para comer, acabou encontrando uma pérola preciosa. Após observar sua beleza por um instante, disse:
— Ó linda e preciosa pedra, que reluz seja com o sol, seja com a lua, ainda que esteja num lugar sujo, se te encontrasse um humano, fosse ele um construtor de joias, uma dama que gostasse de enfeites, ou mesmo um mercenário, te recolheria com muita alegria, mas a mim de nada prestas pois que é mais importante uma migalha, um verme, ou um grão que sirvam para o sustento.
Dito isto, a deixou e seguiu esgravatando para buscar conveniente mantimento.
Moral da história: cada um valoriza o que é mais importante para si de acordo com as suas necessidades.
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O parto da montanha
Há muitos e muitos anos uma montanha começou a fazer um barulhão. As pessoas acharam que era porque ela ia ter um filho. Veio gente de longe e de perto, e se formou uma grande multidão querendo ver o que ia nascer da montanha.
Bobos e sabidos, todos tinham seus palpites. Os dias foram passando, as semanas foram passando e no fim os meses foram passando, e o barulho da montanha aumentava cada vez mais.
Os palpites das pessoas foram ficando cada vez mais malucos. Alguns diziam que o mundo ia acabar.
Um belo dia o barulho ficou fortíssimo, a montanha tremeu toda e depois rachou num rugido de arrepiar os cabelos. As pessoas nem respiravam de medo. De repente, do meio do pó e do barulho, apareceu… um rato.
Moral: nem sempre as promessas magníficas dão resultados impressionantes.
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A Raposa e a Parreira
“É fácil desdenhar daquilo que não se alcança”
Uma raposa faminta entrou num terreno onde havia uma parreira, cheia de uvas maduras, cujos cachos se penduravam, muito alto, em cima de sua cabeça. A raposa não podia resistir à tentação de chupar aquelas uvas, mas, por mais que pulasse, não conseguia abocanhá-las. Cansada de pular, olhou mais uma vez os apetitosos cachos e disse:
- Estão verdes ...
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O cachorro e o lobo
Certa vez, um lobo, já bastante fraco devido à fome, resolveu passar perto de um pequeno vilarejo para ver se conseguia algum alimento.
Chegou lá no momento em que os já humanos haviam saído para trabalhar, encontrando apenas um cachorro. Assim, aproximou-se, pedindo a ele algo para se alimentar. O cachorro logo respondeu:
- Não se preocupe, amigo. Está vendo esta vasilha cheia de comida ao meu lado? Pode comer. Também pode beber a água que está ao lado dela.
O lobo, maravilhado, degustou a refeição. Em seguida, perguntou:
- Como você consegue o alimento tão facilmente assim?
- Meus humanos sempre dão para mim. Por que não fica por aqui também? Nunca mais passará frio, fome ou sede!
O lobo já estava quase aceitando a sugestão, quando, de repente, notou uma coleira em seu pescoço:
- O que é isto? Você está preso?
- Sim, não posso sair daqui. Mas é um preço pequeno a se pagar por todo esse conforto, não acha?
O lobo discordou e saiu correndo antes que os humanos chegassem e pudessem prendê-lo também.
Moral da história: muitas vezes, uma vida de muito conforto pode não passar de uma prisão.
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O lobo e as ovelhas
Havia uma guerra entre os Lobos e as Ovelhas; estas, embora fossem mais fracas, como tinham a ajuda dos cães, levavam sempre a melhor. Os Lobos, então, pediram paz, com a condição de que dariam de penhor os seus filhos se as Ovelhas também lhes entregassem os cães.
As ovelhas aceitaram essas condições e foi feita a paz. Contudo os filhos dos Lobos, quando se viram na casa das ovelhas, começaram a uivar muito alto. Os pais, então, acudiram logo os filhos, pois pensaram que isso significava a quebra da paz. Diante disso, a guerra foi recomeçada.
Bem quiseram defender-se as Ovelhas, mas como a sua principal força consistia nos cães, os quais haviam sido entregues aos Lobos, as Ovelhas foram facilmente vencidas por eles e acabaram degoladas.
Moral da história
A fábula do lobo e das ovelhas carrega a moral de que nunca devemos entregar nossas armas ao inimigo em relação a um acordo de paz recente e suspeito.
Devemos sempre desconfiar dos novos tempos e ser precavidos. A narrativa também nos alerta para o perigo de meter em casa inimigos ou filhos de inimigos, como fizeram as ovelhas de espírito leve.
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A raposa e o leão
“Tinha a Raposa o seu covil bem fechado e estava lá dentro a gemer, porque estava doente; chegou à porta um Leão e perguntou-lhe como estava, e que a deixasse entrar, porque a queria lamber, que tinha virtude na língua, e lambendo-a, logo havia de sarar.
Respondeu a Raposa de dentro:
— Não posso abrir, nem quero. Creio que a tua língua tem virtude; porém é tão má vizinhança a dos dentes, que lhe tenho grande medo, e portanto antes quero sofrer com o meu mal.”
Moral da história: essa fábula nos estimula a ser mais precavidos. Por mais que a gente esteja em um situação de sofrimento, precisamos estar alertas com quem nos oferece ajuda, afinal, nem todos têm boas intenções, e nem toda ajuda é bem-vinda. Não era possível saber as verdadeiras intenções do leão, mas por ser um predador por natureza, a desconfiança existia, então a raposa, muito sábia, prefere não aceitar a sua ajuda.
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A macaca e a raposa
Uma Macaca sem rabo pediu a uma Raposa que cortasse metade do seu rabo e lhe desse, dizendo:
— Bem se vê que o seu rabo é demasiado grande, pois que até se arrasta e varre a terra; o que dele sobra pode dar a mim para cobrir estas partes que vergonhosamente trago descobertas.
Antes, quero que se arraste — disse a Raposa — e varra o chão. Por isso não te darei, nem quero que coisa minha te faça proveito.
E assim ficou a Macaca sem o rabo da Raposa.
Moral da história
A Raposa nos ensina que vamos nos cruzar ao longo da vida com criaturas de comportamento mesquinho, que, tendo recursos para fazer o bem, escolhem se omitir ou fazer o mal.
A Macaca pede um pedaço do rabo a Raposa porque sabe que ela tem para oferecer e que não lhe faria falta. A Raposa, por sua vez, tem um comportamento avarento, negando-se a partilhar ao recusar contribuir para tornar a vida da Macaca melhor.
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A Beleza do Alce
Eliseu AntonioA água do lago estava tão limpa que parecia um espelho. Todos os animais que foram beber água viram suas imagens refletidas no lago. O urso e seu filhote pararam admirados e foram embora. O alce continuou admirando a sua imagem:
9 versões originais de contos de fadas que vão acabar com a sua infância
- Mas que bela cabeça eu tenho.
De repente, observando as próprias pernas, ficou desapontado e disse: Nunca tinha reparado nas minhas pernas. Como são feias! Elas estragam toda a minha beleza!
Enquanto examinava sua imagem refletida no lago, o alce não percebera a aproximação de um bando de lobos que afugentara todos os seus companheiros. Quando finalmente se deu conta do perigo, o alce correu assustado para o mato. Mas, enquanto corria, seus chifres se embaraçavam nos galhos, deixando-o quase ao alcance dos lobos. Por fim, o alce conseguiu escapar dos perseguidores, graças às suas pernas, finas e ligeiras. Ao perceber que já estava a salvo, o alce exclamou aliviado:
- Que susto! Os meus chifres são lindos, mas quase me fizeram morrer! Ah, se não fossem as minhas pernas!
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O mosquito e o touro
Um mosquito estava voando em volta da cabeça de um touro. Depois de alguns instantes, ele decidiu pousar no chifre do animal e lá ficou parado por muitas horas. Quando decidiu ir embora, o mosquito imaginou que poderia estar incomodando. Então perguntou para o touro: “Meu peso o incomoda? Você quer que eu vá embora?”. O touro, por sua vez, ouviu e respondeu: “Por mim não tem problema nenhum. Na realidade, eu não percebi quando você chegou, então quando for embora eu também não notarei a sua ausência.”
Moral da história: há quem demore para entender o que essa fábula tem a dizer para fazer com que as pessoas reflitam. Mas a principal moral é que uma pessoa sem valor, que não faz a própria presença ser notada de forma positiva ou negativa, pode acabar caindo na indiferença e até mesmo no esquecimento por parte dos outros. Então muitas vezes quem acredita que está no centro das atenções pode estar, na verdade, passando despercebido.
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O homem e o machado
Certa vez, um homem mandou forjar um machado e foi até a floresta para pedir que as árvores dessem um cabo para ele. As árvores se reuniram e decidiram que a oliveira forneceria um cabo de boa qualidade. Então o homem pegou o cabo na oliveira e começou a cortar e derrubar cada uma das árvores.
Com isso, o orvalho refletiu e disse para as árvores: “Nós merecemos isso. Somos culpados por ter ajudado o nosso inimigo a arrumar um cabo para o machado. Tornamo-nos a causa da nossa própria ruína."
Moral da história: quem ajuda o inimigo poderá causar a própria destruição. Por isso é preciso ter atenção às pessoas, às atitudes delas e também ao comportamento. É primordial entender quem deseja o nosso bem e também perceber quem possa estar desejando o nosso mal, porque se ajudarmos alguém com intenção negativa sobre nós, essa pessoa estará ainda mais próxima de conseguir fazer o mal a nós mesmos.
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O burro carregando o sal
Certo dia, um burro caminhava por uma campina carregando um pesado fardo de sal. O Sol inclemente fazia o burrinho se cansar, e a verdade é que ele não aguentava mais aquele peso todo, queria mesmo era descansar, mas a entrega daquele sal precisava ser feita.
Então ele chegou até um rio. Era possível atravessá-lo, mas com algum esforço. O burro começou a travessia e, conforme a água batia no sal e o levava embora, o peso nas costas do burro ficava mais leve, obviamente. Cada tropeço, portanto, era um verdadeiro alívio, porque o peso de suas costas era reduzido. Em seguida, ele seguiu viagem mais feliz e menos cansado.
Alguns dias depois, fazendo a viagem de volta, o burro voltou àquele mesmo rio. Dessa vez, em vez de sal, carregava esponjas. Cansado de tanto trabalho, ele se pôs novamente a atravessar o rio e teve a seguinte ideia: “E se eu ‘tropeçar’ de novo para aliviar o peso das minhas costas?”.
Quando fez isso, as esponjas se encheram de água e tornaram aquele peso em suas costas insuportável, até que ele caiu no rio e morreu afogado, por não conseguir se erguer.
Moral da história: quem se acha esperto, acaba se tornando vítima de seu próprio truque.
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O rei dos macacos
Dois amigos resolveram fazer uma aventura em uma floresta, mas acabaram se perdendo no caminho, então seguiram até encontrar um reino sem humanos. Quando eles chegaram ali, foram capturados e levados diante do rei, que era um gorila.
— De onde vocês vieram, o que dizem sobre mim por lá? — perguntou o gorila.
— Soberano, somente coisas boas! — respondeu o primeiro homem. — Dizem que o senhor é o imbatível rei dos macacos, um guerreiro invencível!
— Gostei de você! Você é muito sincero e será recompensado porque sabe tratar bem um rei. Criados, leve-os para um banquete! — finalizou o rei.
E assim o bajulador se salvou. Então chegou a vez do seu companheiro.
— De onde vocês vieram, o que dizem sobre mim por lá? — perguntou o gorila.
— Que o senhor é um macaco! — respondeu o segundo homem.
— Mas o que dizem de minha soberania e autoridade? — insistiu o rei.
— Em minha terra, o senhor é um macaco e nada mais! Não passa de mais uma espécie de animal — completou o homem.
Com raiva, o gorila mandou prendê-lo e manteve solto aquele que o enganou.
Moral da história: é preciso que saibamos escolher como amigos aqueles que são sinceros e honestos, não aqueles que dizem somente o que queremos ouvir.
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O Galo e a Raposa
"Muitas vezes, quem quer enganar acaba sendo enganado"
Mergulhe no mundo da magia por meio de histórias fantásticas!
Empoleirado em um alto galho de árvore, o galo estava de sentinela, vigiando o campo para ver se não havia perigo para as galinhas e os pintinhos que ciscavam o solo à procura de minhocas. A raposa, que passava por ali, logo os viu e imaginou o maravilhoso almoço que teria se comesse um deles. Quando viu o galo de vigia, a raposa logo inventou uma historinha para enganá-lo.
- Amigo galo, pode ficar sossegado. Não precisa cantar para avisar às galinhas e os pintinhos que estou chegando. Eu vim em paz. O galo, desconfiado, perguntou:
- O que aconteceu? As raposas sempre foram nossas inimigas. Nossos amigos são os patos, os coelhos e os cachorros. Que é isso agora?
Mas a espertalhona continuou:
- Caro amigo, esse tempo já passou! Todos os bichos fizeram as pazes e estão convivendo em harmonia. Não somos mais inimigos. Para provar o que digo, desça daí para que eu possa lhe dar um grande abraço!
O que a raposa queria, na verdade, era impedir que o galo voasse para longe. Se ele descesse até onde ela estava, seria fácil dar-lhe um bote. Mas o galo não era bobo. Desconfiado das intenções da raposa, ele lhe perguntou:
- Você tem certeza de que os bichos são todos amigos agora? Isso quer dizer que você não tem mais medo dos cães de caça?
- Claro que não! - confirmou a raposa.
Então o galo disse:
- Ainda bem! Porque, daqui de cima estou avistando um bando que vem correndo para cá. Mas, como você disse, não há perigo, não é mesmo?
- O que?! - gritou a raposa, apavorada.
- São os seus amigos! Não precisa fugir, cara raposa. Os cães estão vindo para lhe dar um grande abraço, como esse que você quer me dar.
Mas a raposa, tremendo de medo, fugiu em disparada, antes que os cães chegassem.
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O Sapo e o Poço
"Observe todos os lados de uma situação antes de tomar uma decisão.""Dois sapos viveram em um pântano até que um verão muito violento secou toda a água. Eles, então, foram obrigados a buscar um novo lugar para morar. Depois de alguns dias procurando, encontraram um velho poço, bastante profundo. Olhando para baixo, um deles disse:
– Este parece ser um lugar agradável. Vamos saltar e nos instalar nele.
Mas seu amigo respondeu:
– Não tão rápido assim. Se o poço secar, como iremos sair daí?"
É preciso que a gente sempre observe todos os lados de uma história e até mesmo de uma situação. Às vezes, o que parece ser mais fácil nesse momento pode te prejudicar no futuro. Sempre observe e avalie todas as decisões que você for tomar.
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O Burro e o Leão
"Há insolências que partem de tão baixo, e a tão alto se dirigem, que só o desprezo merecem.""Um Burro simplório cruzou-se com um Leão no caminho e, altivo e presunçoso, atreveu-se a falar-lhe, dizendo:
– Saia do meu caminho!
Vendo este desatino e ousadia, o Leão deteve-se por um instante; mas prosseguiu logo o seu caminho, dizendo:
– Pouco me custaria matar e desfazer este Burro agora mesmo; porém não quero sujar os meus dentes nem as fortes unhas em carne tão ordinária e fraca.
E seguiu caminho sem fazer caso dele."
Existem algumas situações nas nossas vidas em que é melhor ter paz do que ter razão. Vários tipos de pessoas vão cruzar os nossos caminhos, mas são as nossas ações que vão determinar quem somos!
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A cigarra e a formiga
Fábulas"Trabalhando duro é que se chega lá."
Era uma vez, uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou:
- Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! O verão é para gente se divertir!
- Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso trabalhar agora para guardar comida para o inverno.
Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer. Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada folha. A cigarra então aconselhou:
- Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar!
A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga. Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a vidinha boa. A rainha das formigas falou então para a cigarra:
- Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai passar fome e frio.
A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou:
- Hum!! O inverno ainda está longe, querida! Para a cigarra, o que importava era aproveitar a vida e aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento? Pura perda de tempo.
Certo dia, o inverno chegou e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia seu corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da formiga. Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de frio. Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e deliciosa. Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra:
- No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu dever: toque e cante para nós. Para a cigarra e paras as formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas.
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O lobo, os porquinhos e a coruja
“Não arrisque fazer maldade, pois a verdade não dorme”
Na floresta, havia um lobo que estava com muita fome. Ao analisar o movimento da estrada, viu um trio de porquinhos felizes vindo ao seu encontro. Neles, viu a oportunidade perfeita para fazer um lanche, então resolveu se esconder para assustá-los e pegá-los de surpresa. Ele só não contava com uma coruja espiã, que estava analisando todo o movimento da redondeza. Rapidamente, ela foi avisar os porquinhos de que eles estavam correndo perigo, fazendo com que trocassem de caminho e deixassem o lobo à mercê de fazer crueldades.
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A rã e o boi
“Quem tenta parecer maior do que é se arrebenta.”
Uma rã estava no prado olhando um boi e sentiu muita inveja do tamanho dele. Foi então que ela começou a inflar para ficar maior do que o animal.
Outra rã chegou e perguntou se o boi era o maior dos dois.
A primeira respondeu que não – e se esforçou para inflar mais.
Depois, repetiu a pergunta:
– Quem é maior agora?
A outra rã respondeu:
– O boi.
A rã ficou furiosa e tentou ficar maior inflando mais e mais, até que arrebentou.
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A raposa e as uvas
Fábulas"É importante que as pessoas tenham a oportunidade de corrigir as suas falhas."
Numa manhã de outono, enquanto uma raposa descansava debaixo de uma plantação de uvas, viu alguns ramos de uva bonitas e maduras diante dos seus olhos. Com desejo de comer algo refrescante e diferente do que estava acostumada, a raposa se levantou, ergueu as patas para pegar e comer as uvas. O que a raposa não sabia era que os ramos das uvas estavam muito mais altos do que ela imaginava. Então, buscou um meio de alcançá-los. Pulou, pulou, mas seus dedos não conseguiam nem os tocar. Havia muitas uvas, mas a raposa não podia alcançá-las. Voltou a correr e a saltar outra vez, mas o salto foi curto. Ainda assim a raposa não se deu por vencida. Novamente correu e saltou, e nada. As uvas pareciam estar cada vez mais distantes e mais altas. Cansada pelo esforço e se sentindo impossibilitada de conseguir alcançar as uvas, a raposa se convenceu de que era inútil repetir a tentativa. As uvas estavam muito altas e a raposa sentiu-se muito frustrada. Esgotada e resignada, a raposa decidiu desistir das uvas. Quando a raposa estava quase retornando para o bosque, deu-se conta que um pássaro que voava por ali tinha observado toda a cena e se sentiu envergonhada. Acreditando ter feito um papel ridículo para conseguir alcançar as uvas, a raposa se dirigiu ao pássaro e disse:
- Eu teria conseguido alcançar as uvas se elas estivessem maduras. Eu me enganei no começo, pensando que estavam maduras, mas quando me dei conta que ainda estavam verdes, desisti de alcançá-las. As uvas verdes não são um bom alimento para um paladar tão refinado como o meu.
E foi assim que a raposa seguiu o seu caminho, tentando se convencer de que não foi por falta de esforço que ela não tinha conseguido comer aquelas uvas deliciosas. E sim porque estavam verdes.
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O cachorro e seu reflexo
"Nem sempre tudo o que aparenta é a verdade."
Um cachorro carregava à boca um pedaço de carne que acabara de conseguir, quando, ao cruzar uma ponte sobre um riacho de águas límpidas, de repente, vê sua imagem refletida no espelho d'água. Diante da cena, logo imaginou que se tratava de outro cachorro carregando à boca um pedaço de carne bem maior que o seu. Não pensou duas vezes e, depois de deixar cair no riacho o pedaço que carregava, ferozmente se atirou sobre o animal refletido na água com a intenção de tomar aquela porção de carne que julgava ter o dobro do tamanho da sua. Agindo assim, acabou perdendo a ambos. Aquele que tentou pegar na água, já que se tratava apenas de um simples reflexo, e o seu próprio, uma vez que ao largá-lo nas águas, a correnteza acabou por levar para longe, fora do seu alcance.
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A mulher que possuía uma galinha
Fábulas"Quanto mais se quer, menos se tem."
Uma mulher possuía uma galinha, que todos os dias, milagrosamente, pontualmente, sem falta, botava um ovo. Ela então, pensava consigo mesma, como poderia fazer para obter, ao invés de um, dois ovos por dia. Assim, disposta a atingir seu objetivo, decidiu alimentar a galinha com uma porção de ração reforçada, o dobro da medida que lhe oferecia todos os dias.
Então, a partir daquele dia, a galinha que comia sem parar, tornou-se gorda e preguiçosa, e nunca mais botou nenhum ovo.
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A raposa e a cegonha
“A Raposa convidou a Cegonha para jantar e lhe serviu sopa em um prato raso.
— Você não está gostando de minha sopa? — Perguntou, enquanto a cegonha bicava o líquido sem sucesso.
— Como posso gostar? — A Cegonha respondeu, vendo a Raposa lamber a sopa que lhe pareceu deliciosa.
Dias depois foi a vez da cegonha convidar a Raposa para comer na beira da Lagoa, serviu então a sopa num jarro largo embaixo e estreito em cima.
— Hummmm, deliciosa! — Exclamou a Cegonha, enfiando o comprido bico pelo gargalo. — Você não acha?
A Raposa não achava nada nem podia achar, pois seu focinho não passava pelo gargalo estreito do jarro. Tentou mais uma ou duas vezes e se despediu de mau-humor, achando que por algum motivo aquilo não era nada engraçado.”
Moral da história: tudo o que fazemos, de uma forma ou de outra, volta para a gente. Também precisamos estar atentos ao outro, compreender que suas necessidades podem ser diferentes das nossas.
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O Leão e o Ratinho
Caía a tarde na selva. E ao longe pelos caminhos, ouvia-se a passarada que regressava a seus ninhos. Na beira de uma lagoa, os sapos em profusão, cantavam bem ritmados, a sua velha canção. No mais, tudo era silêncio.
Confira curiosidades sobre contos famosos!
No entanto, nesse momento, surgiu um velho leão, à procura de alimento. Andava orgulhosamente, com passos lentos, pesados. E por onde ele passava, os bichos apavorados, fugiam para suas tocas, deixando livre o caminho.
Porém, eis que de repente, surgiu um pobre ratinho. O leão não perdeu tempo e assim estendendo a pata, alcançou o pobrezinho que corria pela mata.
- Vejam só, que sorte a minha! Abocanhei-te seu moço. Tu não és lá muito grande, mas já serve para o almoço!
- Tenha piedade senhor! - Oh, solte-me por favor! Do que lhe serve matar-me! Pois veja bem, se me come, eu sou tão pequenininho, que mal posso matar-lhe a fome.
- Pensando bem, tens razão! Eu vou soltar-te ratinho. O que ia fazer contigo, assim pequeno, magrinho. Segue em paz o teu passeio. Não vês, sou teu amigo, para mim de nada serves, quase não pode contigo!
- Seu Leão, esse favor, eu jamais esquecerei. Se puder, algum dia, ainda lhe pagarei.
- Oh! - Pagar-me? Ora! Tu mal aguenta contigo! O que poderias fazer a meu favor, pobre amigo!
- Não sei, não sei majestade, mas prometo-lhe outra vez, algum dia, hei de pagar-lhe, o grande bem que me fez!
E assim dizendo, o ratinho correu e muito feliz entrou no seu buraquinho. E o leão tranquilamente, embrenhou-se na floresta.
Entretanto, de repente, o pobre animal, caiu na rede de um caçador. E a fera se debatendo de raiva e pavor, urrava! E quanto mais se esforçava, mais a corda o enlaçava. Nesse instante, o tal ratinho, que de longe tudo ouvia, chegou perto do leão, que urrando se debatia.
- Não se aflija meu amigo, aqui estou para salvá-lo. Espere. Fique tranquilo, pois vou tentar libertá-lo. Deixe-me roer a corda que o prendeu... assim...assim... não se mexa por favor, descanse e confie em mim.
E o ratinho foi roendo, roendo insistentemente, até que a corda cedeu e arrebentou finalmente!
- Pronto, estou livre afinal! - Muito obrigado ratinho. O que seria de mim sem tua ajuda, amiguinho!
E o ratinho humildemente, cheio de satisfação, estendeu sua patinha ao grande e velho leão!
- Amigo, não me agradeça, entretanto aprenda bem, não faça pouco dos fracos, confie neles também!
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Gansa dos Ovos de Ouro
"Quem tudo quer tudo perde"
Certa manhã, um fazendeiro descobriu que sua gansa tinha posto um ovo de ouro. Apanhou o ovo, correu para casa, mostrou-o à mulher, dizendo:
- Veja! Estamos ricos! Levou o ovo ao mercado e vendeu-o por um bom preço.
Na manhã seguinte, a gansa tinha posto outro ovo de ouro, que o fazendeiro vendeu a melhor preço. E assim aconteceu durante muitos dias. Mas, quanto mais rico ficava o fazendeiro, mais dinheiro queria. E pensou:
"Se esta gansa põe ovos de ouro, dentro dela deve haver um tesouro!"
Matou a gansa e, por dentro, a gansa era igual a qualquer outra.
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A Pomba e a Formiga
“Uma boa ação se paga com outra”
Uma formiga sedenta veio à margem do rio para beber água. Para alcançá-la, devia descer por uma folha de grama. Quando assim fazia, escorregou e caiu dentro da correnteza. Uma pomba, pousada numa árvore próxima, viu a formiga em perigo. Rapidamente, arrancou uma folha da árvore e deixou-a cair no rio, perto da formiga, que pode subir nela e flutuar até a margem. Logo que alcançou a terra, a formiga viu um caçador de pássaros, que se escondia atrás duma árvore, com uma rede nas mãos. Vendo que a pomba corria perigo, correu até o caçador e mordeu-lhe o calcanhar. A dor fez o caçador largar a rede e a pomba fugiu para um ramo mais alto. De lá, ela arrulhou para a formiga:
- Obrigada, querida amiga!
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A lebre e a tartaruga
"Devagar sempre chegamos lá."
Aventure-se nas palavras com esses contos
No mundo dos animais, vivia uma lebre muito orgulhosa e vaidosa, que não cessava de falar que era a mais veloz e se gabava disso, diante da lentidão da tartaruga.
“Lá vem dona tartaruga, vem andando sossegada, vou sair da frente dela pra não ser atropelada!” Cantava debochando a lebre da pobre tartaruga.
Um dia, a tartaruga pensou em fazer uma aposta no mínimo inusitada para a lebre:
– Estou certa de que posso ganhar de você numa corrida! Desafiou a tartaruga.
– A mim?! Debochou a assustada lebre com o desafio.
– Sim, a você, disse a tartaruga. Façamos nossas apostas e vejamos quem ganha a corrida!
A lebre, meio incrédula, aceitou. Todos os animais se reuniram para assistir à corrida. A coruja marcou o ponto de partida e de chegada e, sem mais demoras, começou a competição em meio à incredulidade dos que assistiam. Confiada na sua rapidez, a lebre deixou a tartaruga pegar vantagem e ficou tirando sarro dela. Logo, começou a correr velozmente e ultrapassou a tartaruga que caminhava vagarosamente, mas sem parar. Só se deteve na metade do caminho, diante um pasto verde e frondoso, onde se dispôs a descansar antes de terminar a corrida. Ali, pegou no sono enquanto a tartaruga seguiu caminhando passo a passo, lentamente, mas sem se deter. Quando a lebre despertou, viu desesperada que a tartaruga se encontrava a uma curtíssima distância da meta de chegada. Saiu correndo com todas as suas forças, mas já era muito tarde. A tartaruga tinha vencido a corrida! Nesse dia, a lebre aprendeu, em meio a uma grande humilhação, que não deve se gabar dos demais. Também aprendeu que o excesso de confiança é um obstáculo para alcançar nossos objetivos.
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O gato e o rato
“Não engane ninguém, um dia pode se voltar contra você.”
Estava um gato a fim de comer um rato. Então, sabendo da ingenuidade do bichano, revolveu lhe pregar uma peça, a fim de que ele caísse em sua armadilha e não conseguisse fugir de seu mórbido destino. Então preparou um prato cheio de queijo e embaixo dele havia uma pequena ratoeira. Chamou o rato, que ficou extremamente honrado com o convite. Ao começar a comer, não desconfiou da maldade do gato e começou a conversar com ele, como se fosse um amigo. Papo vai, papo vem, o gato acabou se entretendo e resolveu comer do queijo ali exposto. De primeira, pegou o queijo que dava acesso à ratoeira, que prendeu seu dedo. O rato, vendo que era uma cilada, fugiu, deixando o gato chorar de dor.
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A andorinha e as outras aves
“Sempre pense no dia de amanhã”
Estavam os homens a semear linho, e, ao vê-los, disse a andorinha aos outros pássaros:
— Para nosso mal fazem os homens esta seara, que desta semente nascerá linho, e dele farão redes e laços para nos prenderem. Melhor será destruirmos a linhaça e a erva que dali nascer, para estarmos seguras.
As outras aves riram-se muito deste conselho e não quiseram segui-lo. Vendo isto, a andorinha fez as pazes com os homens e foi viver em suas casas. Algum tempo depois, os homens fizeram redes e instrumentos de caça, com os quais apanharam e prenderam todas as outras aves, poupando apenas a andorinha.
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O corvo e o jarro
"Onde a força falha, a inteligência vence."
Um corvo que estava morrendo de sede se aproximou de um jarro que uma vez vira cheio d'água. Porém, decepcionado, notou que a água estava tão baixa que ele não podia alcançá-la com o bico. Tentou derramar o jarro, mas era impossível, pois ele era pesado demais.
De repente, viu ali perto um monte de pedras. Apanhou com o bico uma das pedrinhas e jogou dentro do jarro. Depois outra e outra mais. A cada pedra que jogava, a água subia. Jogou tantas pedras dentro do jarro que a água subiu até o gargalo. E assim o corvo pôde beber.
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O Lobo e o Cordeiro
Fábulas"O mais forte sempre vai ter mais razão."
Um cordeiro estava bebendo água num riacho. O terreno era inclinado e, por isso, havia uma correnteza forte. Quando ele levantou a cabeça, avistou um lobo também bebendo da água.
- Como é que você tem a coragem de sujar a água que eu bebo - disse o lobo, que estava alguns dias sem comer e procurava algum animal apetitoso para matar a fome.
- Senhor - respondeu o cordeiro - não precisa ficar com raiva porque eu não estou sujando nada. Bebo aqui, uns vinte passos mais abaixo, é impossível acontecer o que o senhor está falando.
- Você agita a água - continuou o lobo ameaçador - e sei que você andou falando mal de mim no ano passado.
- Não pode - respondeu o cordeiro - no ano passado eu ainda não tinha nascido. O lobo pensou um pouco e disse:
- Se não foi você, foi seu irmão, o que dá no mesmo.
- Eu não tenho irmão - disse o cordeiro - sou filho único.
- Alguém que você conhece, algum outro cordeiro, um pastor ou um dos cães que cuidam do rebanho e é preciso que eu me vingue. Então ali, dentro do riacho, no fundo da floresta, o lobo saltou sobre o cordeiro, agarrou-o com os dentes e o levou para comer num lugar mais sossegado.
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A Assembleia dos Ratos
“Dizer é fácil, fazer que é difícil”
Um gato de nome Faro-Fino deu de fazer tal destroço na rataria de uma casa velha que os sobreviventes, sem ânimo de sair das tocas, estavam a ponto de morrer de fome.
Tornando-se muito sério o caso, resolveram reunir-se em assembleia para o estudo da questão. Aguardaram para isso certa noite em que Faro-Fino andava aos mios pelo telhado, fazendo sonetos à Lua.
— Acho — disse um eles — que o meio de nos defendermos de Faro-Fino é lhe atarmos um guizo ao pescoço. Assim que ele se aproxime, o guizo o denuncia e pomo-nos ao fresco a tempo.
Palmas e bravos saudaram a luminosa ideia. O projeto foi aprovado com delírio. Só votou contra um rato casmurro, que pediu a palavra e disse:
— Está tudo muito direito. Mas quem vai amarrar o guizo no pescoço de Faro-Fino?
Silêncio geral. Um desculpou-se por não saber dar nó. Outro, porque não era tolo. Todos, porque não tinham coragem. E a assembleia dissolveu-se no meio de geral consternação.
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A Leiteira
“Não se deve contar hoje com os lucros de amanhã”
10 contos de fada para relembrar a infância
Uma leiteira ia a caminho do mercado. Na cabeça, levava um grande balde de leite. Enquanto andava, ia pensando no dinheiro que ganharia com a venda do leite:
- Comprarei umas galinhas. As galinhas botarão ovos todos os dias. Venderei os ovos a bom preço. Com o dinheiro dos ovos, comprarei uma saia e um chapéu novos. De que cor? Verde, tudo verde, que é a cor que me assenta bem. Irei ao mercado de vestido novo. Os rapazes me admirarão, me acompanharão, me dirão galanteios, e eu sacudirei a cabeça ... assim!
E sacudiu a cabeça. O balde caiu no chão e o leite todo espalhou-se. A leiteira voltou com o balde vazio.
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