Mensagem de Fernando Pessoa
Nascido em Lisboa, em 1888, Fernando Pessoa se tornou um dos mais famosos poetas da língua portuguesa. Maior representante do movimento modernista em seu país, Fernando Pessoa é conhecido principalmente por seus heterônimos: usando os nomes de Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos, Pessoa criou estilos de poemas distintos, que encantam e surpreendem. Além de suas poesias, o artista também tinha muito a dizer. Conheça aqui um pouco mais sobre a mente criativa do poeta. A mensagem de Fernando Pessoa se revela em reflexões, pensamentos e entrevistas. Inspire-se com as palavras dele, que foi um dos maiores artistas do século XX e que marcou para sempre a literatura mundial.
Fernando Pessoa x bebida Site Agrupamento de Escolas Albufeira Alpoente (1924)Ao ser questionado sobre a bebida em sua vida, Fernando Pessoa diz que beber é uma atividade social. “Sabe, meu amigo, beber para mim é também uma atividade social. É nos cafés que convivo com o meu amigo Mário Sá-Carneiro e com outros, em especial na “Leitaria Académica”, próxima da minha casa. Muitos dizem que bebo demais, mas eu respondo-lhes sempre: “Se um homem escreve bem só quando está bêbado, dir-lhe-ei: embebede-se. E se ele me disser que o seu fígado sofre com isso, respondo: “O que é o seu fígado? É uma coisa morta que vive enquanto você vive, e os poemas que escrever vivem sem enquanto”. Logo, devo confessar que uma bagaceira sabe sempre bem. (risadas)”.
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Quem foi Fernando PessoaFernando Pessoa foi um importante poeta português nascido em Lisboa, no dia 13 de junho de 1988. Além de escritor, ele foi empresário, editor, jornalista, crítico literário, tradutor, inventor, comentador político, publicitário e astrólogo. Faleceu aos 47 anos, em Lisboa, em 1935, por causa de uma cólica hepática.
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Dados biográficos Revista Prosa Verso e Arte (1923)Fernando Pessoa nasceu em Lisboa e comentou sobre os seus pais em entrevista: “Pois bem, nasci em Lisboa, às 15:20 horas, do dia de Sto. António do ano de 1888. Meu pai, Joaquim de Seabra Pessoa, natural de Lisboa, era funcionário público do Ministério da Justiça e crítico musical do “Diário de Notícias”; minha mãe, D. Maria Magdalena Pinheiro Nogueira Pessoa, era natural da ilha Terceira. Por acaso, estamos junto da igreja em que fui baptizado, sabe, foi aqui mesmo, na Igreja dos Mártires.”
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Quando começou a escrever ##Revista Prosa Verso e Arte (1923)De acordo com o poeta, ele começou a escrever logo após a morte de seu pai e decidiu escrever tanto em português quanto em inglês desde o começo de sua carreira. “Comecei a escrever com o pseudónimo Chevalier de Pas e o meu primeiro poema tinha a seguinte epígrafe: À Minha Querida Mamã. Como faço o curso primário e toda a formação académica em Durban, escrevo tanto em português como em inglês. Cheguei mesmo, entre 899 candidatos, a receber o Queen Victoria Memorial Prize na minha prova de “ensaio de estilo inglês”, aquando da minha candidatura à Universidade do Cabo da Boa Esperança.”
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Grandes progressos no século XX! Revista Prosa Verso e Arte (1923)Fernando Pessoa cita que, apesar de estar no século XX, a ignorância, a tirania e o fanatismo permanecem na sociedade: “Ao longo da sua existência, o Homem tem realizado grandes avanços técnicos e científicos, mas parece-me que mesmo no século XXI a Ignorância, a Tirania e o Fanatismo permanecem nas sociedades modernas. Se fosse vivo, em prosa e em poesia, continuaríamos a lutar para o progresso da civilização e o alargamento da consciência da humanidade”.
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Um livro para uma ilha deserta Entrevistas do Além (1924)Ao ser questionado sobre um livro para levar para um ilha deserta, Fernando Pessoa diz que levaria uma leitura de romance policial. "Um dos poucos divertimentos intelectuais que ainda resta de intelectual na humanidade é a leitura de romances policiais. Divido a ilha com o Sherlock de Conan Doyle."
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Existência de heterônimos Revista Prosa Verso e Arte (1923)Fernando Pessoa se aventura com seus heterônimos pois cada persona possui personalidades, sensibilidades e realidades diferentes. "Bom, talvez em mim coexistam várias personalidades, várias sensibilidades, várias realidades de Realidade… O que é a realidade para Álvaro de Campos? Será que é o mesmo para Ricardo Reis e Alberto Caeiro? Será que a sua noção de Realidade é a mesma daquele estranho transeunte? (passa um “gótico” do outro lado da rua). A sua Verdade é a minha Verdade?".
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Arte portuguesa Revista Prosa Verso e Arte (1923)Fernando Pessoa aborda falou sobre a arte portuguesa, quando questionado sobre a má criação de nacionalidade. "Por arte portuguesa deve entender-se uma arte de Portugal que nada tenha de português, por nem sequer imitar o estrangeiro. Ser português, no sentido decente da palavra, é ser europeu sem a má-criação de nacionalidade (...) Chamo a sua atenção para o facto, mais importante que geográfico, de que Lisboa e Atenas estão quase na mesma latitude."
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Como se define Revista Prosa Verso e Arte (1923)Fernando Pessoa diz que se perde no que quer fazer porque tem muitos pensamentos e acaba vivendo outra realidade. "Eu sou aquilo que perdi. Quero sempre fazer, ao mesmo tempo, três ou quatro coisas diferentes, mas no fundo não só não faço, mas não quero mesmo fazer nenhuma delas. A ação pesa sobre mim como uma danação: agir, para mim, é violentar-me. Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens."
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Vida amorosa Revista Prosa Verso e Arte (1923)Segundo Fernando Pessoa, nunca amamos ninguém. Amar é somente um conceito. "Nunca amamos ninguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso – em suma, é a nós mesmos – que amamos. Isso é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma ideia nossa de amor."
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Segredo da escrita Revista Prosa Verso e Arte (1923)O autor diz que o segredo da escrita é não se importar com as rimas. "Não me importo com as rimas. Raras vezes. Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra. Penso e escrevo como as flores têm cor. Mas com menos perfeição no meu modo de exprimir-me. Porque me falta a simplicidade divina. De ser todo só o meu exterior. E, assim, me construo a ouro e seda em salas supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho entre luzes brandas e músicas invisíveis."
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O que pensa do mundo? Revista Prosa Verso e Arte (1923)Fernando Pessoa diz que não pensa no mundo em si, pois é complexo: "Sei lá o que penso do mundo! Se eu adoecesse pensaria nisso. Creio no mundo como num malmequer. Porque o vejo. Mas não penso nele porque pensar é não compreender… O mundo não se fez para pensarmos nele (Pensar é estar doente dos olhos)."
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Criação heteronímica Site Agrupamento de Escolas Albufeira Alpoente (1924)O autor diz que sempre se questionava sobre a criação de seus heterônimos, pois sentia a necessidade de se expressar por intermédio de todas as suas perspectivas. “Por vezes, eu próprio me questiono acerca disso, mas penso que sentia a necessidade de expressar todas as minhas perspectivas acerca de vários temas e os meus estados de espírito. Por isso achei que a melhor forma de fazê-lo seria com a criação de individualidades com uma vida própria, os heterónimos, os quais seguiam doutrinas bastante distintas.”
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Heterónimo favorito Site Agrupamento de Escolas Albufeira Alpoente (1924)Ao ser perguntado sobre seu heterônimo favorito, Fernando Pessoa diz que tem uma admiração especial por Alberto Caeiro. “Alberto Caeiro, como sendo o mestre entre os heterónimos, embora Álvaro de Campos e Ricardo Reis também sejam geniais, mas impressiona-me a simplicidade e a pureza com que ele vê o mundo, desprezando qualquer tipo de pensamento filosófico, pois afirma, num dos seus poemas, que "pensar é estar doente dos olhos". Por isso posso afirmar então que tenho uma admiração especial por Alberto Caeiro, ainda mais porque este é inspirado no meu grande amigo Mário de Sá-Carneiro.”
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Relação com Ophélia Queiroz Site Agrupamento de Escolas Albufeira Alpoente (1924)Fernando Pessoa comenta sobre sua relação conturbada com Ophélia Queiroz, vivida em dois momentos diferentes de sua vida: “Minha Ophelinha e eu tivemos uma relação algo conturbada, dividida em duas fases. De 1 de Maio a 29 de Novembro de 1920, que foi a fase mais “quente” e, quase 10 anos depois, de 11 de Setembro de 1929 a 11 de Janeiro de 1930. A verdade é que o contacto entre nós dois manteve-se sempre cordial e esporádico. Talvez seja esse o motivo de a relação nunca ter passado das cartas.”
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Realizar um sonhoDe acordo com Fernando Pessoa, se você tem um sonho, permita-se esquecê-lo por alguns momentos, pois assim ele se concretizará mais facilmente: "Para realizar um sonho é preciso esquecê-lo, distrair dele a atenção. Por isso realizar é não realizar.“
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Minha biografia“Tudo o que vivi durante o meu nascimento e a minha morte só pertencem a mim. Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, não há nada mais simples. Tem só duas datas: a da minha nascença e a da minha morte. Entre uma e outra coisa, todos os dias são meus”, contou o poeta.
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Ser felizFernando Pessoa aborda em sua frase que a felicidade está nas coisas simples da vida: agradeça a Deus todas as oportunidades da vida e viva sem medo. "Ser feliz é encontrar força no perdão, esperanças nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros. É agradecer a Deus a cada minuto pelo milagre da vida”.
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O tempo necessárioDe acordo com o autor, nem mais nem menos, tudo tem um tempo certo para acontecer, então é preciso aproveitar cada instante da vida. "Tudo o que é bom dura o tempo necessário para ser inesquecível”.
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