O pensamento de Rosa Luxemburgo

Democracia e liberdade

"Sem eleições gerais, sem liberdade de imprensa, sem liberdade de expressão e de reunião, sem a luta livre de opiniões, a vida em todas as instituições públicas se extingue, torna-se uma caricatura de si mesma em que apenas a burocracia como um elemento ativo ."



Não é possível defender nenhuma revolução verdadeira sem defender a liberdade e a autonomia dos povos. Por mais que hoje passemos por um momento histórico de descobrir novas formas de exercer realmente a democracia, abrir mão dela é caminhar de olhos vendados rumo ao precipício. O debate franco e aberto deve ser sempre defendido. A luta deve ser sempre para que jamais se calem as vozes discordantes.

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Rosa Luxemburgo

Rosa Luxemburgo (1871-1919) foi uma grande pensadora e revolucionária marxista que criticava as contradições do modo de produção capitalista, identificando nele a origem das desigualdades. A filósofa era profunda defensora das liberdades democráticas e acreditava que as verdadeiras transformações sociais só poderiam vir do povo. Foi perseguida e presa, morrendo de forma violenta em Berlim, mas seu legado e ideais atravessaram o século, com sua obra sendo referência até os dias de hoje.

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Correntes

"Quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem."



A sociedade é forjada para que fiquemos minimamente confortáveis nas posições e papéis que ocupamos. Nessa imobilidade, nos acreditamos livres. É preciso ousar sair do conforto, é preciso tentar ir ao encontro das pessoas que pensam diferente de nós, das pessoas que vivem em outras situações. Só assim saberemos se somos realmente livres.

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Diversos e iguais

"Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres."



Quem afirma que não há igualdade na liberdade não enxerga a riqueza da diversidade, não percebe o quanto é importante não fazermos das nossas diferenças ferramentas de opressão. Em um tempo em que a palavra “diversidade” não tinha o peso que tem agora, Rosa Luxemburgo já entendia o quanto opressão e massificação não têm nada a ver com justiça e igualdade.

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Conseguiremos

"Há todo um velho mundo ainda por destruir e todo um novo mundo a construir. Mas nós conseguiremos, jovens amigos, não é verdade?"



Quem alimenta na alma o desejo de um mundo melhor sabe a emoção e o poder que essas palavras carregam consigo. Não importa a nossa idade, somos jovens no mundo e temos o poder, quando não o dever, de transformá-lo em um lugar cada vez melhor. E conseguiremos, sim. Nem que seja num único milímetro, somos, sim, capazes de fazer com que velhas violências não prosperem e nova alegrias sejam de posse geral e irrestrita de todas as pessoas, sem distinção alguma.

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Sujeitos do próprio destino

"A massa não é apenas objeto da ação revolucionária; é sobretudo sujeito."



O destino do mundo é o destino dos povos. Subtrair das massas o direito de lutar por esse destino é avocar para si um papel de Deus que não cabe a ninguém, muito menos às elites. É por meio da educação, do esclarecimento, da ciência e do pensamento que o povo deve ser armado para lutar por aquilo em que acredita.

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Feminista e de esquerda

"Quem é feminista e não é de esquerda, carece de estratégia. Quem é de esquerda e não é feminista, carece de profundidade."



Não é mais possível ignorar que a história da submissão da mulher está intimamente ligada ao capitalismo. Se não a sua origem, com certeza sua perpetuação. Negar isso é negar os fatos históricos e econômicos dos últimos 400 anos. Defender salários iguais para homens e mulheres, por exemplo, passa pela lógica de que ninguém deve ter seu trabalho explorado de forma desigual. Lutar pelo direito à própria força de trabalho sem defender o direito ao próprio corpo não é logicamente possível.

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Ciência e revolução

"Toda a força do movimento operário moderno repousa sobre o conhecimento científico".



Desde a Grécia antiga, sabe-se: o conhecimento liberta. Por isso, o primeiro ataque de todo aquele que pretende perpetuar-se no poder é contra a educação e a ciência. Porque o pensamento científico é que dá os instrumentos para que o povo possa analisar o momento que vive e perceber quem toma e a quem caberia tomar as decisões que realmente impactam a vida das pessoas.

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Gestos nobres

"Não devemos esquecer que a história não é feita sem grandeza de espírito, sem moral elevada, sem gestos nobres."



Principalmente hoje, em tempos de divergências políticas tão viscerais, não podemos esquecer que o objetivo maior de todos aqueles que sinceramente lutam por aquilo em que acreditam é um mundo melhor. Os meios e métodos podem diferir, mas, se há bondade e amor, a luta é genuína. Da mesma forma, quem defende posições políticas sem se ancorar numa verdadeira grandeza de espírito, esquecendo-se do bem nos seus pequenos e grandes gestos, profere um discurso vazio. A História precisa das pessoas boas para seguir seu grande curso.

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Render-se jamais

"Isso de entregar-se por inteiro às misérias de cada dia que passa é coisa inconcebível e intolerável para mim [...]"



Diante do inadmissível, lutar por mudança deve ser a única opção. Aceitar a miséria, o injusto, é algo que nos deveria absolutamente impossível para todos nós. O discurso de que "as coisas são como são, e nada pode ser feito" só propaga e perpetua o absurdo e a miséria, muitas vezes inicialmente alheia, mas que cedo ou tarde alcançará a cada um de nós. Jamais perder a esperança, o inconformismo nem a ação: eis como faremos nossa parte na construção de um mundo melhor.

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