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Biografia de Jimi Hendrix

Seu nome completo era James Marshall Hendriz, mas ficou mais conhecido como Jimi Hendrix. Ele foi um cantor, compositor e guitarrista norte-americano. É considerado um dos melhores guitarristas de todos os tempos!

Sinopse

James Marshall "Jimi" Hendrix foi um guitarrista, cantor e compositor norte-americano. Frequentemente é citado por críticos e outros músicos como o melhor guitarrista da história do rock, e um dos mais importantes e influentes músicos de sua era, em diferentes diversos gêneros musicais. Depois de obter sucesso inicial na Europa, conquistou fama nos Estados Unidos depois de sua performance em 1967 no Festival Pop de Monterey. Hendrix foi a principal atração, dois anos mais tarde, do icônico Festival de Woodstock e do Festival da Ilha de Wight, em 1970. Hendrix dava preferência a amplificadores distorcidos e crus, dando ênfase ao ganho e aos agudos, e ajudou a desenvolver a técnica, até então indesejada, da microfonia. Hendrix foi um dos músicos que popularizou o pedal wah-wah no rock popular, que ele utilizava frequentemente para dar um timbre exagerado a seus solos, particularmente com o uso de bends e legato baseados na escala pentatônica. Foi influenciado por artistas de blues como T-Bone Walker, B.B. King, Muddy Waters, Howlin Wolf, Albert King e Elmore James, guitarristas de rhythm and blues e soul como Curtis Mayfield, Steve Cropper, assim como de alguns artistas do jazz moderno. Em 1966, Hendrix, que tocou e gravou com a banda de Little Richard de 1964 a 1965, foi citado como tendo dito: "Quero fazer com minha guitarra o que Little Richard faz com sua voz."
O guitarrista mexicano Carlos Santana sugeriu que a música de Hendrix poderia ter sido influenciada por sua herança parcialmente indígena. Como produtor musical, Hendrix também inovou ao usar o estúdio de gravação como uma extensão de suas ideias musicais. Foi um dos primeiros a experimentar com a estereofonia e phasing em gravações de rock.
Hendrix conquistou diversos dos mais prestigiosos prêmios concedidos a artistas de rock durante sua vida, e recebeu diversos outros postumamente, incluindo sua confirmação no Hall da Fama do Rock and Roll americano, em 1992, e no Hall da Fama da Música do Reino Unido, em 2005. Uma blue plaque (placa azul) foi erguida, com seu nome, diante de sua antiga residência, na Brook Street, de Londres, em setembro de 1997. Uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood (Hollywood Boulevard, 6627) foi dedicada a ele em 1994. Em 2006 seu álbum de estreia nos Estados Unidos, Are You Experienced, foi inserido no Registro Nacional de Gravações, e a revista Rolling Stone o classificou como o melhor guitarrista na sua lista de 100 maiores guitarristas de todos os tempos, em 2003. Hendrix também foi a primeira pessoa a fazer parte do Hall da Fama da Música Nativo-Americana.


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Parte 3 - Carreira - 1967

Em 1967, o grupo, formado por Hendrix na guitarra e vocal, Noel Redding no baixo,eventualmente guitarra e vocais base, e Mitch Mitchell, na bateria, percussão e backing vocals lança seu primeiro álbum, Are You Experienced, cuja mistura de baladas ("Remember"), psicodelia ("Third Stone from the Sun" e "Fire"), e blues tradicional ("Red House") seria uma espécie de amostra de seu trabalho posterior. O álbum fez muito sucesso, que só não alcançou o número 1 porque foi barrado pelo Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band dos The Beatles. O álbum é considerado por muitos o melhor álbum de estréia de todos os tempos, e foi eleito o quinto álbum mais importante da era do rock pela VH1 em 2001, além de estar em décimo quinto lugar na lista da revista Rolling Stone na categoria 500 Greatest Albums Of All Time (tradução livre: Os 500 melhores álbuns de todos os tempos). Outra edição da revista, publicada anos anteriormente em 1987, consagrou o álbum sendo o quinto na categoria Melhores Álbuns dos últimos 20 anos. O álbum está também incluso no livro 1001 Álbuns para você ouvir antes de morrer.

Hendrix foi levado para o hospital com queimaduras depois de pôr fogo em sua guitarra pela primeira vez no Astoria Theatre, em Londres, em 31 de março daquele ano. Ele foi posteriormente advertido pelo administrador do Rank Theatre management para controlar suas exibições no palco depois de danificar os amplificadores e outros equipamentos no palco.

Com o forte apelo de Paul McCartney, integrante do "Festival Pop de Monterey" (Monterey Pop Festival), o Jimi Hendrix Experience foi agendado para apresentar-se naquele festival, e o concerto, onde ficou notória a imagem de Hendrix pondo fogo e quebrando sua guitarra, foi imortalizado pelo cineasta D.A. Pennebaker no filme Monterey Pop. O festival de Monterey foi um triunfante retorno. E foi seguido de uma abortada apresentação de abertura para o grupo pop The Monkees, em sua primeira turnê americana.

Os Monkees pediram a presença de Hendrix simplesmente por serem seus fãs. Infelizmente, porém, a sua platéia predominantemente adolescente não se interessou pelas bizarras apresentações de Hendrix no palco, e ele abruptamente interrompeu a digressão depois de algum tempo, exatamente quando Purple Haze começava a estourar nas paradas norte-americanas. Chas Chandler mais tarde admitiu que ter "caído fora" da turnê dos Monkees foi planejado para ganhar o máximo de impacto de mídia e de afronta para Hendrix. Na época, circulou uma história afirmando que Hendrix tinha sido retirado da digressão devido a reclamações de que sua conduta no palco era "lasciva e indecente", reclamações estas que teriam sido feitas pela organização conservadora de mulheres Daughters of the American Revolution. De fato, a história era falsa: a coisa foi forjada pela jornalista australiana Lillian Roxon, a qual acompanhava a turnê junto com o namorado e cantor Lynne Randell, outro coadjuvante. A afirmação foi zombeteiramente repetida na famosa Rock Encyclopedia de Roxton em 1969, porém mais tarde ela admitiu que a coisa foi fabricada.

Enquanto isso, de volta à Inglaterra, sua imagem de "selvagem" e de cheio de recursos para chamar atenção (tal como tocar a guitarra com os dentes e com ela às costas) continuava a trazer-lhe notoriedade, apesar de ele ter começado a se sentir mais e mais frustrado, devido à concentração da mídia e das platéias em suas atuações no palco e em seus primeiros sucessos, e pela crescente dificuldade em ter suas músicas novas também aceitas.


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Parte 5 - Carreira - 1969

A expansão de seus horizontes musicais foi acompanhada por uma deterioração no seu relacionamento com os colegas de banda (particularmente com Redding), e o Experience se desfez durante 1969. Suas relações com o público também vieram a tona quando em 4 de Janeiro de 1969 ele foi acusado por produtores de televisão de ser arrogante, após tocar uma versão improvisada de "Sunshine of your Love" durante sua participação remunerada no show da BBC1, Happening for Lulu.

Em 3 de Maio ele foi preso no Aeroporto Internacional de Toronto depois que uma quantidade de heroína foi descoberta em sua bagagem. Ele foi mais tarde posto em liberdade depois de pagar uma fiança de 10.000 dólares. Quando o caso foi a julgamento Hendrix foi absolvido, afirmando com sucesso que as drogas foram postas em sua bolsa por um fã sem o seu conhecimento. Em 29 de Junho, Noel Redding formalmente anunciou à mídia que havia deixado o Jimi Hendrix Experience, embora ele de fato já houvesse deixado de trabalhar com Hendrix durante a maioria das gravações de Eletric Ladyland.

Em Agosto de 1969, no entanto, Hendrix formou uma nova banda, chamada Gypsy Suns and Rainbows, para tocar no Festival de Woodstock. Ela tinha Hendrix na guitarra, Billy Cox no baixo, Mitch Mitchell na bateria, Larry Lee na guitarra base e Jerry Velez e Juma Sultan na bateria e percussão. O show, apesar de notoriamente sem ensaio e desigual na performance (Hendrix estava, dizem, sob o efeito de uma dose potente de LSD tomada pouco antes de subir ao palco) e tocado para uma platéia celebrante que se esvaziava lentamente, possui uma extraordinária versão instrumental improvisada do hino nacional norte-americano, The Star-Spangled Banner, distorcida e quase irreconhecivél e acompanhada de sons de guerra, como metralhadoras e bombas, produzidos por Hendrix em sua guitarra (a criação desses efeitos foi inovadora, expandindo para além das técnicas tradicionais das guitarras elétricas). Essa execução foi descrita por muitos como a declaração da inquietude de uma geração da sociedade americana, e por outros como uma gozação antiamericana, estranhamente simbólica da beleza, espontaneidade e tragédia que estavam embutidas na vida de Hendrix. Foi uma execução inesquecível relembrada por gerações.

Quando lhe foi perguntado no Dick Cavett Show se estava consciente de toda a polêmica que havia causado com a performance, Hendrix simplesmente declarou: "Eu achei que foi lindo."


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Parte 7 - Morte

Jimi Hendrix morreu em Londres nas primeiras horas de 18 de Setembro de 1970, em circunstâncias que nunca foram completamente explicadas. Havia passado parte da noite anterior numa festa, onde a namorada Monika Dannemann o havia buscado, e ambos seguiram para o Hotel Samarkand, no número 22 da Lansdowne Crescent, em Notting Hill. Estimativas indicam que ele teria morrido pouco tempo depois.

Dannemann alegou em seu depoimento original que Hendrix teria tomado (sem que ela soubesse), na noite anterior, nove comprimidos de um remédio para dormir que ela utilizava. De acordo com o médico que o atendeu inicialmente, Hendrix tinha se asfixiado (literalmente afogado) em seu próprio vômito, composto principalmente de vinho tinto. Por anos Dannemann alegou publicamente que Hendrix ainda estava vivo quando o colocaram na ambulância; seus comentários sobre aquela manhã, no entanto, foram frequentemente contraditórios, e variaram de entrevista para entrevista. Declarações de policiais e paramédicos revelam que não havia ninguém além de Hendrix no apartamento, e que não apenas ele estava morto quando chegaram à cena, mas também estava totalmente vestido, e já estava morto há algum tempo.

As letras de uma canção composta por Hendrix e encontradas no apartamento levaram Eric Burdon a fazer um anúncio prematuro no programa 24 Hours, da BBC, de que Hendrix teria cometido suicídio. Depois de um processo por difamação movido em 1996 pela namorada inglesa de Hendrix por anos, Kathy Etchingham, Monika Dannemann cometeu suicídio - embora seu último amante, o guitarrista Uli Jon Roth(ex-Scorpions), tenha feito acusações de que ela teria sido assassinada. John Bannister, médico que atendeu Jimi Hendrix na noite de sua morte, disse que é plausível que o guitarrista tenha sido assassinado. As informações são da revista NME.
Bannister se refere às declarações publicadas por James "Tappy" Wright, ex-roadie de Hendrix, em seu livro "Rock Roadie".

Segundo Wright, o empresário do guitarrista, Mike Jeffrey, confessou que contratou um grupo que teria invadido o quarto de hotel e forçado Jimi Hendrix a tomar vinho e soníferos.
Bannister disse que é possível que isso tenha acontecido por causa da quantidade de vinho encontrada nos pulmões e no corpo do guitarrista. De acordo com o médico, ele estava "realmente afogado em uma enorme quantidade de vinho tinto".

"A quantidade de vinho que estava sobre ele era fora do comum. Seus cabelos e sua camisa estavam embebidos, também seus pulmões e estômago estavam completamente cheios de vinho. Eu nunca tinha visto tanto vinho", disse Bannister, informa o jornal The Times.

Wright afirma que Mike Jeffrey confessou tudo em 1971, um ano após a morte de Hendrix. O empresário, que tinha uma apólice de seguro no nome do guitarrista no valor de US$ 2 milhões, morreu em 1973 em um acidente de avião.


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Parte 1 - Juventude

Nascido em Seattle, Washington, Hendrix cresceu tímido e sensível, tendo de ser o responsável por cuidar de seu irmão mais novo, Leon Hendrix, profundamente afetado por problemas familiares, tais como o divórcio dos seus pais em 1951 e a morte de sua mãe em 1958, quando ele tinha apenas 16 anos. Era muito afeiçoado à sua avó materna, que possuía sangue cherokee, e que incutiu no jovem Jimi um forte sentido de orgulho de seus ancestrais nativos norte-americanos. No mesmo ano, o seu pai, chamado Al Hendrix, deu-lhe um ukelele (instrumento de 4 cordas, introduzido no Havaí pelos portugueses no século XVII), e posteriormente comprou, por apenas US$ 5 dólares, uma guitarra acústica, pondo-o no caminho da sua futura vocação.

Depois de tocar com várias bandas locais de Seattle, Hendrix alistou-se ao exército, juntando-se à 101-a Divisão Aerotransportada (101st Airborne Division) baseada em Fort Campbell, Kentucky, a 80 km da cidade de Nashville, no Tennessee, como pára-quedista. Ali ele serviu por menos de 1 ano e recebeu dispensa médica após fraturar o tornozelo em um salto. Mais tarde ele diria que o som do ar assobiando no pára-quedas era uma das fontes de inspiração para o seu som "espacial" na guitarra.

Não há nenhum registro médico no exército americano sobre a dispensa de Hendrix. Em 2005, Charles Cross, que foi autor da biografia do líder do Nirvana, Kurt Cobain, publicou no seu livro "Room Full of Mirrors", que o guitarrista alegou estar apaixonado por um dos seus colegas do seu agrupamento, numa visita ao serviço psiquiátrico em 1962, em Fort Campbell (Estado do Kentucky). Aquilo era mentira, segundo Cross, que relata a preferência do músico por mulheres. "Ele queria apenas escapar do exército para se dedicar à música."

Hendrix, que se alistou como voluntário para a guerra do Vietnã, nunca esteve em combate, porém as suas gravações tornaram-se as favoritas entre os soldados que lá lutavam. Inicialmente levou uma vida precária tocando em bandas de apoio a músicos de soul e blues como Curtis Knight, B. B. King, e Little Richard em 1965. Sua primeira aparição destacada foi com os Isley Brothers, principalmente no "Testify" em 1964.


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Parte 2 - Carreira - 1965-1966

1965-1966
Em 14 de outubro de 1965, Hendrix assinou um contrato de gravação por três anos com o empresário Ed Chaplin, recebendo US$1 e 1% de direitos em gravações com Curtis Knight. Este contrato causou mais tarde sérios problemas entre Hendrix e outras companhias de gravação.

Por volta de 1966, ele já tinha sua própria banda, Jimmy James and the Blue Flames (que incluia Randy California, mais tarde guitarrista do Spirit) e uma residência no Cafe Wha?, localizado na cidade de Nova Iorque. Foi durante este período que Hendrix conheceu e trabalhou com a cantora e guitarrista Ellen McIlwaine e também com o guitarrista Jeff "Skunk" Baxter (mais tarde integrante dos grupos Steely Dan e The Doobie Brothers) assim como o iconoclasta Frank Zappa, cuja banda The Mothers of Invention tocava no Garrick Theatre, no Greenwich Village novaiorquino. Foi Zappa que apresentou Hendrix ao recém-criado pedal de "wah-wah", um pedal de efeito sonoro do qual Hendrix rapidamente se tornou mestre notável e que se transformou em parte integrante de sua música.

Foi enquanto tocava com o "The Blue Flames" no Cafe Wha? que Hendrix foi descoberto por Chas Chandler, baixista do famoso grupo de rock britânico The Animals. Chandler levou-o para a Inglaterra, levou-o a um contrato de agenciamento e produção com seu produtor musical e ajudou-o a formar uma nova banda, The Jimi Hendrix Experience, com o baixista Noel Redding e o percussionista Mitch Mitchell.

Durante as suas primeiras apresentações em clubes de Londres, o nome da nova estrela espalhou-se como fogo pela indústria musical britânica. Os seus shows e musicalidade criaram fãs rapidamente, entre eles os guitarristas Eric Clapton e Jeff Beck, assim como os Beatles e o The Who, e também o ainda desconhecido Farrokh Bulsara, que mais tarde viraria o grande Freddie Mercury, cujos produtores imediatamente encaminharam Hendrix para o selo que produzia o The Who: a Track Records. O primeiro "single" desta parceria, uma regravação de "Hey Joe", se tornou quase que um padrão para as bandas de rock da época.

Mais sucesso veio em seguida, com a incendiária "Purple Haze" e a balada "The Wind Cries Mary". Estas duas e ainda "Hey Joe" chegaram na época ao chamado "Top 10". Agora, finalmente estabelecido no Reino Unido como importante estrela de rock, Hendrix e sua namorada Kathy Etchingham mudaram-se para uma casa no centro de Londres, que um dia pertencera ao compositor barroco Georg Friedrich Händel (antigo compositor clássico).


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Parte 4 - Carreira - 1968

Por volta dessa época, desavenças pessoais com Noel Redding, combinadas com a influência das drogas, álcool e fadiga, conduziram a uma problemática digressão na Escandinávia. A 4 de janeiro de 1968, Hendrix foi preso pela polícia de Estocolmo, após ter destruído completamente um quarto de hotel num ataque de fúria devido à embriaguez.

A terceira gravação da banda, o álbum duplo Electric Ladyland 1968, era mais ecléctico e experimental, incluindo uma longa seção de blues ("Voodoo Child"), a "jazzística" "Rainy Day, Dream Away"/"Still Raining, Still Dreaming" e aquela que é provavelmente a versão mais conhecida da música de Bob Dylan "All Along the Watchtower".

A gravação do álbum foi extremamente problemática. Hendrix se decidira por voltar aos EUA e, frustrado pelas limitações da gravação comercial, decidiu criar seu próprio estúdio em Nova Iorque, no qual teria espaço ilimitado para desenvolver sua música. A construção do estúdio, batizado de "Electric Lady" foi cheia de problemas, e o mesmo só foi concluído em meados de 1970.

O trabalho antes disciplinado de Hendrix estava a tornar-se errático, e as suas intermináveis sessões de gravação repletas de aproveitadores finalmente fizeram com que Chas Chandler pedisse demissão em 1 de dezembro de 1968. Chandler posteriormente se queixou da insistência de Hendrix em repetir tomadas de gravação a cada música (a música Gypsy Eyes aparentemente teve 43 tomadas, e ainda assim Hendrix não ficou satisfeito com o resultado) combinado com o que Chas viu com uma incoerência causada por drogas, fez com que ele vendesse sua parte no negócio a seu parceiro Michael Jeffery. O perfeccionismo de Hendrix no estúdio era uma marca - comenta-se que ele fez o guitarrista Dave Mason tocar 20 vezes o acompanhamento de guitarra de All Along The Watchtower - e ainda assim ele sempre estava inseguro quanto a sua voz, e muitas vezes gravava seus vocais escondido no estúdio.
Muitos críticos hoje crêem que Michael Jeffery teve uma influência negativa na vida e na carreira de Hendrix. Comenta-se que Jeffery (que foi anteriormente empresário da banda The Animals) desviou boa parte do dinheiro que Hendrix ganhou durante a vida, depositando-o secretamente em contas no exterior. Também se crê que Jeffery tinha fortes ligações com os serviços de inteligência (ele se dizia agente secreto) e com a Máfia.

Apesar das dificuldades de sua gravação, muitas das faixas do álbum mostram a visão de Hendrix se expandindo para além do escopo do trio original (diz-se que este disco ajudou a inspirar o som de Miles Davis em Bitches Brew) e vendo-o colaborar com uma gama de músicos um tanto desconhecidos, incluindo Dave Mason, Chris Wood e Steve Winwood (da banda Traffic), ou o percussionista Buddy Miles e o ex-organista de Bob Dylan, Al Kooper.


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Parte 6 - Carreira - 1970

O Gypsy Suns and Rainbows teve vida curta, e Hendrix formou um novo trio com velhos amigos, o Band of Gypsys, com seu antigo companheiro de exército, Billy Cox, no baixo e Buddy Miles na bateria, para quatro memoráveis concertos na véspera do Ano Novo de 1969/1970. Felizmente os concertos foram gravados, capturando várias peças memoráveis, incluindo o que muitos acham ser uma das maiores performances ao vivo de Hendrix, uma explosiva execução de 12 minutos do seu épico antiguerra "Machine Gun".

Em 28 de janeiro de 1970, acontecia no Madison Square Garden, em Nova York, um dos maiores concertos já organizados em prol da paz no Vietnã, O Festival do Inverno para a Paz. Teve sete horas e meia de duração. O baterista, Mitch Mitchell e o baixista Noel Redding, estavam no backstage porque participariam do fim do show fazendo uma jam com a Band of Gypsys, grupo que sucedeu o Experience. Michael Jeffrey, empresário de Hendrix, deu-lhe um ácido, pensando que isso levantaria o astral de Jimi e faria com que o show saísse melhor. Mas o resultado foi o contrário e Jimi pirou em pleno palco, dizendo pra uma garota na platéia: “Você está menstruada? Eu posso ver através das suas bermudas”. O choque de ter dito isso fez com que Hendrix se tocasse. Depois o guitarrista ainda no palco acrescentou: “Nós não estamos legais” e abandonou o palco no meio da segunda música. Hendrix foi o mais ovacionado apesar do curto set. Outros que se apresentaram: Blood, Sweat & Tears, Harry Belafonte, The Rascals e Peter, Paul & Mary. Miles posteriormente declarou durante uma entrevista de TV que Hendrix sentia que estava perdendo evidência para outros músicos. Passou o resto daquele ano em gravações sempre que arranjasse tempo, frequentemente com Mitch Mitchell, e tentando levar adiante o projeto Rainbow Brigde, uma super ambiciosa combinação de filme/álbum/concerto no Havaí. Em 26 de Julho Hendrix tocou no Sicks Stadium, em sua cidade natal, Seattle.

Em Agosto ele tocou no Festival da Ilha de Wight com Mitchell e Cox, expressando desapontamento no palco em face do clamor de seus fãs por ouvir seus antigos sucessos, em lugar de suas novas idéias, mesmo tendo momentos memoráveis (inclusive Jimi Hendrix executando a clássica "Machine Gun", com 18 minutos). Em 6 de Setembro, durante sua última turnê européia, Hendrix foi recebido com vaias e zombarias por fãs, quanto se apresentou no Festival de Fehmarn, na Alemanha, em meio a uma atmosfera de baderna. O baixista Billy Cox deixou a turnê e retornou aos Estados Unidos depois de supostamente ter utilizado fenilciclidina (N.T. substância analgésica).
Antes da morte, mais tarde no mesmo ano, Hendrix iria começar um novo projeto, junto com o guitarrista e baixista Greg Lake (na época no King Crimson) e o tecladista Keith Emerson.

Greg, que acabava de deixar o King Crimson e Keith procuravam por um baterista e percussionista, e chegaram a conversar com Mitch Mitchell. O ex baterista do Jimi Hendrix Experience, Gypsy Suns And Rainbows e Band Of Gypsys recusou, mas passou a ideia para Hendrix, que aceitou. A banda, que iria então ser formada pelos três, iria encorporar também Carl Palmer, como baterista, e se chamaria HELP (Hendrix, Emerson, Lake & Palmer). Infelizmente, Jimi morreu, mas o projeto seguiu, formando a banda de rock progressivo Emerson, Lake & Palmer, que produziu grandes sucessos, como Lucky Man, From The Beginning, Stil... You Turn Me On, entre outros.


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Parte 8 - Herança

Na falta de um testamento, Al Hendrix, pai de Jimi, herdou os direitos e "royalties" das gravações do filho, e confiou-os a um advogado, o qual supostamente enganou Al convencendo-o a vender esses direitos a companhias pertencentes a ele próprio. Al processou-o em 1993 por administrar de forma incompetente esses bens. O processo foi financiado pelo co-fundador da Microsoft, Paul Allen, um fã devoto de Hendrix de longa data. Em uma resolução de 1995, Al Hendrix finalmente recuperou o controle sobre todas as gravações do filho. Diversos álbuns foram então remasterizados a partir das fitas originais e relançados. Al Hendrix morreu em 2002 com 82 anos. O controle dos bens e da companhia Experience Hendrix, que fora montada para administrar o legado de Hendrix, passou então à meia-irmã de Jimi, Janie.

Em 2004, Janie Hendrix foi processada por seu meio-irmão, Leon Hendrix, irmão mais novo de Jimi, o qual foi deixado de fora do testamento de seu pai, em 1997. Ele buscava a restauração de sua parte na herança e a remoção de sua meia-irmã da posição de controle da propriedade de Hendrix.
Parte de sua herança foi doada para o Instituto Live Aid.


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