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Fábulas de Monteiro Lobato

Com vários de livros para adultos e uma extensa obra para público infantil, Monteiro Lobato se tornou um dos principais escritores brasileiros. Aprecie uma seleção com algumas de suas melhores fábulas, aqui no MCA!

18/04/1882 04/07/1948
O Pastor e o Leão

“Um pastorzinho, notando certa manhã a falta de várias ovelhas, enfureceu-se, tomou da espingarda e saiu para a floresta.



- Raios me partam se eu não trouxer, vivo ou morto, o miserável ladrão das minhas ovelhas! Hei de campear dia e noite, hei de encontrá-lo, hei de arrancar-lhe o fígado...



E assim, furioso, a resmungar as maiores pragas, consumiu longas horas em inúteis investigações.



Cansado já, lembrou-se de pedir socorro aos céus.



- Valei-me, Santo Antônio! Prometo-vos vinte reses se me fizerdes dar de cara com o infame salteador.



Por estranha coincidência, assim que o pastorzinho disse aquilo apareceu diante dele um enorme leão, de dentes arreganhados.



O pastorzinho tremeu dos pés à cabeça; a espingarda caiu-lhe das mãos; e tudo quanto pôde fazer foi invocar de novo o santo.



- Valei-me, Santo Antônio! Prometi vinte reses se me fizésseis aparecer o ladrão; prometo agora o rebanho inteiro para que o façais desaparecer.



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No momento do perigo é que se conhecem os heróis.”

É sempre importante tomar cuidado com aquilo que se deseja aos céus. Encarar as dificuldades sem antes pensar nas consequências ou não analisar com cuidado aquilo que pode estar te causando o problema, podem te fazer chegar em conclusões erradas e a tomar atitudes de cabeça quente que não te servirão de nada além de te prejudicar ainda mais. Os céus nunca trazem uma solução definitiva.


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A Garça Velha Monteiro Lobato

Certa garça nascera, crescera e sempre vivera à margem duma lagoa de águas turvas, muito rica em peixes. Mas o tempo corria e ela envelhecia. Seus músculos cada vez mais emperrados, os olhos cansados – com que dificuldade ela pescava!

– Estou mal de sorte, e se não topo com um viveiro de peixes em águas bem límpidas, certamente que morrerei de fome. Já se foi o tempo feliz em que meus olhos penetrantes zombavam do turvo desta lagoa…

E de pé num pé só, o longo bico pendurado, pôs-se a matutar naquilo até que lhe ocorreu uma ideia.

– Caranguejo, venha cá! – disse ela a um caranguejo que tomava sol à porta do seu buraco.

– Às ordens. Que deseja?

– Avisar a você duma coisa muito séria. A nossa lagoa está condenada. O dono das terras anda a convidar os vizinhos para assistirem ao seu esvaziamento e o ajudarem a apanhar a peixaria toda. Veja que desgraça! Não vai escapar nem um miserável guaru.

O caranguejo arrepiou-se com a má notícia. Entrou na água e foi contá-la aos peixes.

Grande rebuliço. Graúdos e pequeninos, todos começaram a pererecar às tontas, sem saberem como agir. E vieram para a beira d’água.

– Senhora dona do bico longo, dê-nos um conselho, por favor, que nos livre da grande calamidade.

– Um conselho?

E a matreira fingiu refletir. Depois respondeu.

– Só vejo um caminho. É mudarem-se todos para o poço da Pedra Branca.

– Mudar-se como, se não há ligação entre a lagoa e o poço?

– Isso é o de menos. Cá estou eu para resolver a dificuldade. Transporto a peixaria inteira no meu bico.

Não havendo outro remédio, aceitaram os peixes aquele alvitre – e a garça os mudou a todos para o tal poço, que era um tanque de pedra, pequenininho, de águas sempre límpidas e onde ela sossegadamente poderia pescá-los até o fim da vida.

Ninguém acredite em conselho de inimigo.


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A onça doente Monteiro Lobato

A onça caiu da árvore e por muitos dias esteve de cama seriamente enferma. E como não pudesse caçar, padecia fome das negras.

Em tais apuros imaginou um plano.

– Comadre irara – disse ela – corra o mundo e diga à bicharia que estou à morte e exijo que venham visitar-me.

A irara partiu, deu o recado e os animais, um a um, principiaram a visitar a onça.

Vem o veado, vem a capivara, vem a cutia, vem o porco do mato.

Veio também o jabuti.

Mas o finório jabuti, antes de penetrar na toca, teve a lembrança de olhar o chão. Viu na poeira só rastos entrantes, não viu nenhum rastro sainte. E desconfiou:

– Hum!… Parece que nesta casa quem entra não sai. O melhor, em vez de visitar a nossa querida onça doente, é ir rezar por ela…

E foi o único que se salvou.


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A coruja e a águia Monteiro Lobato

Coruja e águia, depois de muita briga resolveram fazer as pazes.

— Basta de guerra — disse a coruja.

— O mundo é grande, e tolice maior que o mundo é andarmos a comer os filhotes uma da outra.

— Perfeitamente — respondeu a águia.

— Também eu não quero outra coisa.

— Nesse caso combinemos isso: de agora em diante não comerás nunca os meus filhotes.

— Muito bem. Mas como posso distinguir os teus filhotes?

— Coisa fácil. Sempre que encontrares uns borrachos lindos, bem feitinhos de corpo, alegres, cheios de uma graça especial, que não existe em filhote de nenhuma outra ave, já sabes, são os meus.

— Está feito! — concluiu a águia.

Dias depois, andando à caça, a águia encontrou um ninho com três monstrengos dentro, que piavam de bico muito aberto.

— Horríveis bichos! — disse ela. — Vê-se logo que não são os filhos da coruja.

E comeu-os.

Mas eram os filhos da coruja. Ao regressar à toca a triste mãe chorou amargamente o desastre e foi ajustar contas com a rainha das aves.

— Quê? — disse esta admirada. — Eram teus filhos aqueles monstrenguinhos? Pois, olha não se pareciam nada com o retrato que deles me fizeste…

Moral da história: Para retrato de filho ninguém acredite em pintor pai. Já diz o ditado: quem ama o feio, bonito lhe parece.


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Burrice Monteiro Lobato Foto de um burro parado em cima de uma pedreira

“Caminhavam dois burros, um com carga de açúcar, outro com carga de esponjas.
Dizia o primeiro:
– Caminhemos com cuidado, porque a estrada é perigosa.
O outro redarguiu:
– Onde está o perigo? Basta andarmos pelo rastro dos que hoje passaram por aqui.
– Nem sempre é assim. Onde passa um pode não passar outro.
– Que burrice! Eu sei viver, gabo-me disso, e minha ciência toda se resume em só imitar o que os outros fazem.
– Nem sempre é assim, nem sempre é assim... – continuou a filosofar o primeiro.
Nisto alcançaram o rio, cuja ponte caíra na véspera.
– E agora?
– Agora é passar a vau.
O burro do açúcar meteu-se na correnteza e, como a carga se ia dissolvendo ao contato da água, conseguiu sem dificuldade pôr pé na margem oposta.
O burro da esponja, fiel às suas ideias, pensou consigo:
– Se ele passou, passarei também – e lançou-se ao rio.
Mas sua carga, em vez de esvair-se como a do primeiro, cresceu de peso a tal ponto que o pobre tolo foi ao fundo.
– Bem dizia eu! Não basta querer imitar, é preciso poder imitar – comentou o outro.”

Às vezes, passamos a vida inteira apenas imitando o que os outros fazem à nossa volta, sem refletirmos sobre o que estamos fazendo de fato. Por causa disso, geralmente, tudo dá errado e não conseguimos os mesmos resultados que os outros. Porém, ao invés de pensarmos nas nossas próprias soluções, ficamos apenas reclamando da nossa sorte, quando, na verdade, deveríamos usar nossa inteligência e seguirmos nossos próprios caminhos.


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O Touro e as Rãs

“ Enquanto dois touros furiosamente lutavam pela posse exclusiva de certa campina, as rãs novas, à beira do brejo, divertiram-se com a cena.



Um rã velha, porém, suspirou.



- Não se riam, que o fim da disputa vai ser doloroso para nós.



- Que tolice! - exclamaram as rãzinhas. - Você está caducando, rã velha!



A rã velha explicou-se:



- Brigam os touros. Um deles há de vencer e expulsar da pastagem o vencido. Que acontece? O animalão surrado vem meter-se aqui em nosso brejo e ai de nós!...



Assim foi. O touro mais forte, à força de marradas, encurralou no brejo o mais fraco, e as rãzinhas tiveram de dizer adeus ao sossego. Inquietas sempre, sempre atropeladas, raro era o dia em que não morria alguma sob os pés do bicharoco.



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É sempre assim: brigam os grandes, pagam o pato os pequenos.”

Nunca se deve rir e fazer escárnio de alguém de quem você não conheça as lutas e, principalmente, não se deve ignorar conselhos de alguém sem antes ouvi-los atentamente. Uma situação sempre tem diferentes óticas e as consequências muitas vezes podem te surpreender, então é importante que cuide mais da sua vida própria e do seu redor do que fazer chacota de situações que podem muito bem acabar voltando contra você.


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A corrida de sapinhos Monteiro Lobato

Era uma vez uma corrida de sapinhos.

Eles tinham que subir uma grande ladeira e, do lado havia uma grande multidão, muita gente que vibrava com eles.

Começou a competição.

A multidão dizia:

– Não vão conseguir! Não vão conseguir!

Os sapinhos iam desistindo um a um, menos um deles que continuava subindo. E a multidão a aclamar:

– Não vão conseguir! Não vão conseguir!

E os sapinhos iam desistindo, menos um, que subia tranquilo, sem esforço.

No final da competição, todos os sapinhos desistiram, menos aquele.

Todos queriam saber o que aconteceu, e quando foram perguntar ao sapinho como ele conseguiu chegar até o fim, descobriram que ele era SURDO!

Moral:
Quando queremos fazer alguma coisa que precise de coragem não devemos escutar as pessoas que falam que você não vai conseguir. Seja surdo aos apelos negativos.


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O lobo velho Monteiro Lobato

Adoecera o lobo e, como não pudesse caçar, curtia na cama de palha a maior fome de sua vida. Foi quando lhe apareceu a raposa.

– Bem-vinda seja, comadre! É o céu que a manda aqui. Estou morrendo de fome e se alguém não me socorre, adeus, lobo!

– Pois espere aí que já arranjo uma rica petisqueira – respondeu a raposa com uma ideia na cabeça.

Saiu e foi para a montanha onde costumavam pastar as ovelhas. Encontrou logo uma, desgarrada.

– Viva anjinho! Que faz por aqui, tão inquieta? Está a tremer…

– É que me perdi e tremo de medo do lobo.

– Medo do lobo? Que bobagem! Pois ignora que o lobo já fez as pazes com o rebanho?

– Que me diz?

– A verdade, filha. Venho da casa dele, onde conversamos muito tempo. O pobre lobo está na agonia e arrependido da guerra que moveu às ovelhas. Pediu-me que dissesse isto a vocês e as levasse lá, todas a fim de selarem um pacto de reconciliação.

A ingênua ovelhinha pulou de alegria. Que sossego dali por diante, para ela e as demais companheiras! Que bom viver assim, sem o terror do lobo no coração!

Enternecida disse:

– Pois vou eu mesma selar o acordo.

Partiram. A raposa, à frente, conduziu-a à toca da fera. Entraram. Ao da com o lobo estirado no catre, a ovelhinha por um triz que não desmaiou de medo.

– Vamos – disse a raposa -, beije a pata do magnânimo senhor! Abrace-o, menina!

A inocente, vencendo o medo, dirigiu-se para o lobo e abraçou-o. E foi-se a ovelha!

“Muito padecem os bons que julgam os outros por si.”


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A Menina do Leite Monteiro Lobato Leite sendo colocado em um copo

“Laurinha, no seu vestido novo de pintas vermelhas, chinelos de bezerro, treque, treque, treque, lá ia para o mercado com uma lata de leite à cabeça – o primeiro leite da sua vaquinha mocha. Ia contente da vida, rindo-se e falando sozinha.
– Vendo o leite – dizia – e compro uma dúzia de ovos. Choco os ovos e antes de um mês já tenho uma dúzia de pintos. Morrem... dois, que seja, e crescem dez – cinco frangas e cinco frangos. Vendo os frangos e crio as frangas, que crescem, viram ótimas botadeiras de duzentos ovos por ano cada uma. Cinco mil ovos! Choco tudo e lá me vêm quinhentos galos e mais outro tanto de galinhas. Vendo os galos. A 2 cruzeiros cada um – 2 vezes 5, 10... 1.000 cruzeiros!... Posso então comprar doze porcas de cria e mais uma cabrita. As porcas dão-me, cada uma, seis leitões. Seis vezes 12...
Estava a menina neste ponto quando tropeçou, perdeu o equilíbrio e, com lata e tudo, caiu um grande tombo no chão.
Pobre Laurinha!
Ergueu-se chorosa, com um ardor de esfoladura no joelho; e enquanto espanejava as roupas sujas de pó viu sumir-se, embebido pela terra seca, o primeiro leite da sua vaquinha mocha e com ele os doze ovos, as cinco botadeiras, os quinhentos galos, as doze porcas de cria, a cabritinha – todos os belos sonhos da sua ardente imaginação…”

É muito importante que sonhemos e façamos planos para o futuro. Afinal, quem não faz isso nunca consegue sair do lugar. Entretanto, não adianta nada termos a cabeça nas nuvens se não tomamos cuidado em manter nossos pés no chão. Afinal, qualquer passo em falso pode colocar todos nossos planos a perder. Portanto, podemos, sim, nos programar, mas sem nunca nos dar passos maiores do que nossas penas.


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O macaco e o gato Monteiro Lobato

Simão, o macaco, e Bichano, o gato, moram juntos na mesma casa. E pintam o sete. Um furta coisas, remexe gavetas, esconde tesourinhas, atormenta o papagaio; outra arranha os tapetes, esfiapa as almofadas e bebe o leite das crianças.

Mas, apesar de amigos e sócios, o macaco sabe agir com tal maromba que é quem sai ganhando sempre.

Foi assim no caso das castanhas.

A cozinheira pusera a assar nas brasas umas castanhas e fora à horta colher temperos. Vendo a cozinha vazia, os dois malandros se aproximaram. Disse o macaco:

– Amigo Bichano, você que tem uma pata jeitosa, tire as castanhas do fogo.

O gato não se fez insistir e com muita arte começou a tirar as castanhas.

– Pronto, uma…

– Agora aquela lá… Isso. Agora aquela gorducha… Isso. E mais a da esquerda, que estalou…

O gato as tirava, mas quem as comia, gulosamente, piscando o olho, era o macaco…

De repente, eis que surge a cozinheira, furiosa, de vara na mão.

– Espere aí, diabada!…

Os dois gatunos sumiram-se aos pinotes.

– Boa peça, hem? — disse o macaco lá longe.

O gato suspirou:

– Para você, que comeu as castanhas. Para mim foi péssima, pois arrisquei o pelo e fiquei em jejum, sem saber que gosto tem uma castanha assada…

O bom-bocado não é para quem o faz, é para quem o come.


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Pau de Dois Bicos Monteiro Lobato

Um morcego estonteado pousou certa vez no ninho da coruja, e ali ficaria de dentro se a coruja ao regressar não investisse contra ele.

– Miserável bicho! Pois te atreves a entrar em minha casa, sabendo que odeio a família dos ratos?

– Achas então que sou rato? Não tenho asas e não vôo como tu? Rato, eu? Essa é boa!…

A coruja não sabia discutir e, vencida de tais razões, poupou-lhe a pele.

Dias depois, o finório morcego planta-se no casebre do gato-do-mato. O gato entra, dá com ele e chia de cólera.

– Miserável bicho! Pois te atreves a entrar em minha toca, sabendo que detesto as aves?

– E quem te disse que sou ave? – retruca o cínico – sou muito bom bicho de pêlo, como tu, não vês?

– Mas voas!…

– Vôo de mentira, por fingimento…

– Mas tem asas!

– Asas? Que tolice! O que faz a asa são as penas e quem já viu penas em morcego? Sou animal de pêlo, dos legítimos, e inimigo das aves como tu. Ave, eu? É boa…

O gato embasbacou, e o morcego conseguiu retirar-se dali são e salvo.

Moral da Estória:
O segredo de certos homens está nesta política do morcego. É vermelho? Tome vermelho. É branco? Viva o branco!


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As duas cachorras Monteiro Lobato

Moravam no mesmo bairro. Uma era boa e caridosa; outra, má e ingrata.

A boa, como fosse diligente, tinha a casa bem arranjadinha; a má, como fosse vagabunda, vivia ao léu, sem eira nem beira.

Certa vez… a má, em véspera de dar cria, foi pedir agasalho à boa:

– Fico aqui num cantinho até que meus filhotes possam sair comigo. É por eles que peço…

A boa cedeu-lhe a casa inteira, generosamente.

Nasceu a ninhada, e os cachorrinhos já estavam de olhos abertos quando a dona da casa voltou.

– Podes entregar-me a casa agora?

A má pôs-se a choramingar.

– Ainda não, generosa amiga. Como posso viver na rua com filhinhos tão novos? Conceda-me um novo prazo.

A boa concedeu mais quinze dias, ao termo dos quais voltou.

– Vai sair agora?

– Paciência, minha velha, preciso de mais um mês.

A boa concedeu mais quinze dias; e ao terminar o último prazo voltou.

Mas desta vez a intrusa, rodeada dos filhos já crescidos, robustos e de dentes arreganhados, recebeu-a com insolência:

– Quer a casa? Pois venha tomá-la, se é capaz…

Moral da Estória:
Para os maus, pau!


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