Frases de membros da ABL
Inaugurada em 1897, a Academia Brasileira de Letras é uma instituição cultural que reúne um seleto grupo de escritores. Confira frases dos imortais: membros da ABL e os mais célebres da literatura brasileira.
Cadeira 11, Posição 5 Adelmar TavaresTodo rio na corrente
busca um lago, um rio, um mar,
mas o destino da gente
quem sabe onde vai parar?
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Cadeira 17, Atual Affonso Arinos de Mello FrancoHabituara-me, desde cedo, não apenas ao convívio de políticos e diplomatas, mas também ao de escritores e jornalistas eminentes.
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Cadeira 7, Posição 4 Afonso Pena JúniorAgora, a cena está mudando. Vaqueiro e jagunço tenderão a diluir-se numa perspectiva social em que a rede de estradas, as comunicações mais fáceis, a presença da energia elétrica e do rádio conspiram contra o isolamento e a rotina dos preconceitos e da ação.
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Cadeira 21, Posição 5 Adonias FilhoOs homens não se dispersam, não quebram o círculo, imóveis, os pés descalços.
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Cadeira 33, Posição 4 Afrânio CoutinhoA Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade.
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Cadeira 7, Posição 3 Afrânio PeixotoEle pó, modesto,
Ela neve, pura: deram
Um pouco de lama.
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Cadeira 18, Posição 3 Alberto FariaCerta ocasião meteu-se-nos em cabeça uma idéia extravagante (as idéias cruzam no ar, como farelos iluminados, fingindo piscas de ouro): descobrir quem primeiro acoimara de volúvel a mulher.
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Cadeira 37, Posição 2 Alcântara MachadoDo consórcio da gente imigrante com o ambiente, do consórcio da gente imigrante com a indígena nasceram os novos mamalucos. Nasceram os italianinhos. O Gaetaninho. A Carmela. Brasileiros e paulistas.
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Cadeira 4, Posição 2 Alcides MayaA função da Academia é ligar o Brasil de norte a sul, sistematizando e consagrando todas as manifestações da alma coletiva, ao invés de as repelir a pretexto de bom gosto ou de as esquecer em nome da metrópole.
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Cadeira 19, Fundador Alcindo GuanabaraÉ à sua sombra fecunda que os agrupamentos humanos crescem e se desenvolvem, adquirindo a consciência, a dignidade e a liberdade, que os elevam à categoria de nações.
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Cadeira 23, Posição 3 Alfredo PujolMachado de Assis, com a extrema originalidade que o caracteriza, não sofreu a ação ambiental de sua época; superior ao seu tempo, viveu a vida interior do pensamento criando com carinho obra extraordinária, de rara unidade e de sedutora beleza, que é o momento mais perfeito e mais sólido das nossas letras.
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Cadeira 17, Posição 4 Álvaro LinsE aqui está como se me afigura a beleza difícil, rara, contudo sempre necessária, de uma frase longa e desdobrada: que ela nos transmita, afinal, a imagem de um corpo a avançar, ou a deslizar, com a lentidão, a elegância e a dignidade de um cisne sobre as águas.
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Cadeira 1, Atual Ana Maria MachadoA gente é feliz, representa uma espécie de ameaça para os outros, como se estivéssemos dizendo que somos mais competentes do que eles em matéria de construir felicidade.
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Cadeira 3, Posição 3 Aníbal FreireA Academia é um dos cimos da intelectualidade pátria. Para ela afluem as aspirações mais nobres e o seu veredicto é a láurea suprema nos prélios do espírito.
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Cadeira 19, Posição 4 Antônio da Silva MeloPara chegar à porta desta respeitável Casa o caminho foi longo, tão longo e tão cheio de vicissitudes, que, por pouco, teria ficado eu de fora, na mirífica contemplação de uma miragem.
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Cadeira 9, Posição 3 Carlos Chagas FilhoÉ com o maior desvanecimento que venho ocupar a Cadeira 9, para a qual fui eleito por vossa generosidade.
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Cadeira 6, Patrono Casimiro de AbreuA primavera é uma estação de risos.
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Cadeira 14, Atual Celso LaferEssa mudança é uma visão tacanha da formação de um diplomata.
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Cadeira 8, Patrono Cláudio Manuel da CostaBem sei, que de outros Gênios o destino,
Para cingir de Apolo a verde rama,
Lhes influiu na lira estro divino.
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Cadeira 36, Posição 2 Clementino FragaDeu-me a Academia o tributo honroso de difícil sucessão. Para premiar? Não, decerto; talvez para persuadir e estimular.
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Cadeira 8, Atual Cleonice BerardinelliEstou me relendo, descobrindo coisas que já nem me lembrava de ter escrito.
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Cadeira 14, Fundador Clóvis BeviláquaAmai-vos - disse - enquanto sois moços e a lira de vossa alma tem vibrações para essa incomparável ternura que transvasa do seres quando se infloram para o amor!
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Cadeira 2, Fundador Coelho NetoCesário, debruçado sobre um grande atlas, aberto em cima da mesa, passeava o longo e nodoso dedo pela carta, resmoneando. Sentindo os passos de Jorge, levantou a cabeça.
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Cadeira 26, Posição 3 Constâncio AlvesTudo já fora dito pelos seus antecessores durante mais de duzentos e cinqüenta anos de Academia e de modéstia acadêmica.
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Cadeira 24, Posição 4 Cyro dos AnjosHá três ou quatro semanas não tenho tocado nestas notas senão ligeiramente, para acrescentar uma ou outra linha a esta ou àquela página.
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Cadeira 27, Posição 2 Dantas BarretoE se as dificuldades com que lutei para vencer a distância que me separava de tão valentes peregrinos, eram para desanimar um espírito menos resoluto, sem os hábitos das contrariedades torturantes, maiores proporções tomara o meu empenho de triunfo.
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Cadeira 11, Posição 7 Darcy RibeiroAli onde a grande lavoura não se implantou - como no caso do Chile e do Paraguai - não se contou, por isto mesmo, com o negro e a influência indígena pôde prevalecer por mais tempo.
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Cadeira 11, Posição 6 Deolindo CoutoNo meio da derrocada contemporânea, ainda mantêm os discípulos de Hipócrates os mesmos desígnios que lhes conferem uma centelha divina: os de paliar o sofrimento alheio, a qualquer hora e em qualquer parte, à custa, muita vez, da própria vida.
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Cadeira 8, Fundador Alberto de OliveiraSobre um trono de mármore sombrio,
Em templo escuro, há muito abandonado,
Em seu grande silêncio, austero e frio
Um ídolo de gesso está sentado.
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Cadeira 21, Posição 6 Dias GomesO palco contém vários praticáveis, em diferentes planos.
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Cadeira 7, Posição 7 Dinah Silveira de QueirozCobria-se a Serra de flores. Correu primeiro um balbucio de primavera. Seria já a florada? Botões, aqueles pequenos sinais?
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Cadeira 33, Fundador Domício da GamaEra magra, pequena, escura. Tinha a extrema humildade dos que vivem longos anos sob o céu destruidor, sem pensar ao menos em resistir à sorte, com a passividade inerte da folha que o vento rola pelos caminhos.
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Cadeira 28, Atual Domício Proença FilhoNa elaboração do texto das Memórias, tive sempre a preocupação de manter uma "atmosfera" machadiana.
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Cadeira 9, Patrono Domingos Gonçalves de MagalhãesQue cena há aí que mais encantos tenha,
Que ver lânguida virgem, pudibunda,
Pálida a fronte, as faces desbotadas,
Baixos os olhos, revoando a coma,
E uma terna expressão de oculta angústia
Que lavra-lhe as entranhas?
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Cadeira 27, Atual Eduardo PortellaNós só somos democratas se formos capazes de aceitar o diferente da gente.
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Cadeira 40, Fundador Eduardo PradoOs jornais chegados nas primeiras semanas, depois da pacífica epopéia, vinham todos negros de retratos, mais ou menos desenhados, formando uma série interminável de heróis, cujas feições tinham sido votadas à imortalidade de um dia, no centro da primeira página, com a prontidão que o entusiasmo requer, a nitidez que a estereotipia barata permite e a rapidez que as condições da venda avulsa impõem.
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Cadeira 11, Posição 3 Eduardo RamosPorque... Quero... sem querer.
Amo e muito... sem amar,
Sofro do próprio prazer.
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Cadeira 39, Posição 5 Elmano CardimTinha um grande pendor para as letras e por isso fundou O Patriota, cujas páginas publicaram a melhor produção literária da época, dos escritores Borges de Barros, Garção Stockler, Mariano da Fonseca, José Bernardes de Casto, Camilo Martins Lage, Ildefonso José da Costa e Abreu, Pedro Francisco Xavier de Brito, Silva Alvarenga, José Bonifácio, Silvestre Pinheiro e José Saturnino.
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Cadeira 20, Posição 2 Emílio de MenesesEste leito que aí está revolto assim, desfeito,
Onde humilde beijei teus pés, as mãos, o busto.
Na ausência do teu corpo a que ele estava afeito.
Mudou-se, para mim, num leito de Procusto!...
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Cadeira 7, Posição 2 Euclides da CunhaO sertanejo adivinha-a e prefixa-a graças ao ritmo singular com que se desencadeia o flagelo.
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Cadeira 34, Posição 8 Evaldo Cabral de MelloFiz uma revisão de estilo e acrescentei alguns elementos. É um livro cuja bibliografia é muito difícil de se achar no Brasil. Para surpresa minha, encontrei livros que nunca pensei que encontraria na biblioteca do Itamaraty, aqui no Rio.
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Cadeira 1, Posição 5 Evandro Lins e SilvaFoi longo o percurso e demorado o tempo para chegar às culminâncias desta tribuna e me incorporar à vossa ilustre Companhia.
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Cadeira 33, Atual Evanildo BecharaContemplo em cada um de vós um a um dos 40 que puseram em marcha a instituição que vos peço licença para começar a chamar nossa; contemplo em vós os sucessores que, enfrentando momentos difíceis, vieram trazendo a nossa instituição ao que ela é hoje.
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Cadeira 10, Patrono Evaristo da VeigaNós, animados pelo amor da Pátria, e possuídos de um santo respeito para a Constituição e para o Soberano, que a jurou conosco, não nutrindo em nós outra paixão mais que a do bem público, não marcharemos sobre as pisadas daqueles que por efeito de paixões ambiciosas ou venais, fazem alternativamente da liberdade seu ídolo, ou um monstro de sua inimizade.
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Cadeira 40, Atual Evaristo de Moraes FilhoPara aplicar a pena de morte, a sociedade deveria ostentar a autoridade moral de não ter contribuído em nada para fabricar esse criminoso.
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Cadeira 11, Patrono Fagundes VarelaNão mais! A areia tem corrido, e o livro
De minha infanda história está completo!
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Cadeira 16, Posição 2 Félix PachecoVão avultando no vosso meio as almas em flor, que o vosso generoso estímulo atraiu e engrandece.
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Cadeira 15, Posição 6 Fernando Bastos de Ávila, PeFui eleito pelos prezados acadêmicos para a Cadeira 15, vaga pela morte de Dom Marcos Barbosa. Devo confessar-vos, com toda a simplicidade, a inibição que sinto provocada por compreensíveis constrangimentos.
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Cadeira 14, Posição 3 Fernando de AzevedoNas antigas sociedades, de estrutura "sagrada" ou fechada, toda a literatura, não escrita mas divulgada pela tradição oral, com que se entretinham crianças, vinha de baixo para cima ou ascendia das fontes populares, anônimas, em que se misturavam, nas criações coletivas, a fantasia e a história, a verdade e a imaginação.
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Cadeira 36, Atual Fernando Henrique CardosoNão é a moeda forte que faz o país, o país é que faz a moeda forte.
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Cadeira 37, Atual Ferreira GullarA arte existe porque a vida não basta.
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Cadeira 3, Fundador Filinto de AlmeidaSe passas junto a mim, eu sinto as vagas
Do fundo oceano da paixão, rolando.
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Cadeira 12, Patrono França JúniorOs tais anjos brigam por dá cá aquela palha, e os negócios conservam-se sempre no mesmo estado.
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Cadeira 39, Patrono Francisco Adolfo de VarnhagenAo Brasil, felizmente, nenhuns transtornos resultaram da má redação do tratado, com o qual, aliás, ganhou muito em estabilidade e em consideração ante as nações estranhas.
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Cadeira 13, Posição 7 Francisco de Assis BarbosaO que é mais curioso é que à classe dominante - os grandes senhores de terras - pouco ou nenhum interesse despertasse a exploração das riquezas minerais do país.
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Cadeira 13, Posição 2 Francisco de CastroAi! foi por ti, mulher, que eu lacerara
Viçosas ilusões que tanto amara
De minha vida em flor!
Mas minha pobre lira ainda é tua;
Tu és de um anjo a imagem que flutua
Em meus sonhos de amor.
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Cadeira 13, Patrono Francisco OtavianoEncontro no parecer críticas de detalhes tão miseráveis e até contraditórias, que nem me atrevo a escrever-te sobre elas.
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Cadeira 2, Patrono Álvares de AzevedoSou o sonho de tua esperança,
Tua febre que nunca descansa.
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Cadeira 40, Posição 2 Afonso ArinosPara escrever para o povo, é preciso ser do povo.
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Cadeira 1, Patrono Adelino Fontoura (Despedida)Bem vês que eu tenho o coração partido,
E teu peito, inda assim, não desengasta
Um soluço, uma lágrima, um gemido.
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Cadeira 25, Posição 5 Afonso Arinos de Melo FrancoTalvez a razão seja esta, que acabo de enunciar sem querer: a ausência de ódio no espelho do mal.
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Cadeira 36, Fundador Afonso CelsoMas arredei os olhos, de repente,
Pois meu olhar podia, de tão quente,
Crestar-lhe a fina cútis de cetim!
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Cadeira 12, Posição 5 Abgar RenaultNão é ter saudade que é bom; não a ter é que é ruim.
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Cadeira 1, Posição 2 Afonso d'E. TaunayAssim, permita-o Deus, me seja dado trazer algum contingente a tamanha obra.
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Cadeira 9, Atual Alberto da Costa e SilvaA fonte, embora o tempo exista, existe
ainda e, embora seca, o seu rumor ouvimos,
tão distinto, tão perfeito, tão diverso.
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Cadeira 39, Posição 2 Alberto de FariaA honra de ser admitido nesta ilustre companhia é o prêmio da tarefa sinceramente concebida e honestamente executada.
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Cadeira 25, Atual Alberto Venancio FilhoA situação em que viveu o Brasil até o século XIX condicionou de forma peculiar a evolução histórica do Estado brasileiro.
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Cadeira 40, Posição 4 Alceu Amoroso Lima (pseud. Tristão de Ataíde)A 1ª condição para ser alguma coisa é não querer ser tudo ao mesmo tempo.
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Cadeira 12, Atual Alfredo BosiOnde estás, felicidade? Em tudo quanto acabado, me faz dizer: "Foi bom, mas tão bom, que nem senti o tempo passar".
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Cadeira 5, Posição 3 Aloísio de CastroNunca escutou do tempo os maus avisos,
Cada dia lembrando o fim tão perto.
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Cadeira 4, Fundador Aluísio AzevedoA fruta, para ser aproveitável, deve ser colhida de vez!
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Cadeira 21, Posição 4 Álvaro MoreyraAh! como eu sinto o Outono
nesses crepúsculos dispersos,
de solidão e de abandono.
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Cadeira 15, Posição 2 Amadeu AmaralSe o sonho é bom, também às vezes a realidade é bem melhor que o sonho.
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Cadeira 19, Posição 5 Américo Jacobina LacombeSua casa era um perfeito contraste com a nossa, permanentemente aberta e trepidante de mocidade, habitada por três gerações. No misterioso e solene solar do lado, reinava o silêncio.
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Cadeira 30, Posição 3 Antônio AustregésiloVencer, em matéria de amor, é sofrer.
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Cadeira 8, Posição 4 Antonio CalladoQuem opta pelo regime autoritário não tem fé nem apreço pela criação artística.
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Cadeira 19, Atual Antonio Carlos SecchinPalavra,
nave da navalha,
invente em mim
o avesso do neutro.
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Cadeira 14, Posição 2 Antônio Carneiro LeãoQuem disse que o dia mais belo era a véspera?
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Cadeira 17, Posição 5 Antonio HouaissSou - como se vê - só indagações, quase sem resposta.
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Cadeira 8, Posição 5 Antonio OlintoNão há tempo sem espaço. Espaço é tempo medido em linhas tangíveis e concretas, espaço é tempo transformado em corpo.
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Cadeira 23, Atual Antônio TorresEu vim de um interior em que o interior de hoje seria impensável naquele tempo. Era um lugar sem notícias das terras civilizadas, como cantava o Luiz Gonzaga, rei do baião.
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Cadeira 34, Posição 4 Aquino Correia, DomSertão bruto. Além correm as selvagens
Águas do Sucuriú. Eis a tapera:
A casa de Inocência! A Primavera
Cobre-a de agrestes silvas e pastagens.
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Cadeira 16, Fundador Araripe JúniorA pátria de tal artista é uma espécie de Arábia encantada, aonde a vara mágica do gênio concede a tudo tintas de felicidade.
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Cadeira 32, Patrono Araújo Porto-AlegreDeus concede o progresso a passos lentos, porque a luz repentina ofusca a vista.
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Cadeira 32, Posição 6 Ariano SuassunaA tarefa de viver é dura, mas fascinante.
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Cadeira 18, Atual Arnaldo NiskierPode-se registrar o fato, facilmente comprovável, de que nunca se escreveu e falou tão mal o idioma de Ruy Barbosa.
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Cadeira 29, Fundador Artur AzevedoNa vida não é virtude sofrer, mas saber sofrer.
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Cadeira 3, Patrono Artur de OliveiraA literatura de um povo não é somente a mais clara expressão do seu gênio nacional, é também a "sua própria geografia" segundo Walt Whitman, com todas as características que a acentuam e individualizam.
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Cadeira 6, Posição 2 Artur JaceguaiNem posso crer que as fórmulas adotadas se apartem do sentimento perfeitamente humano, móvel desta minha introdução tímida e vacilante.
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Cadeira 25, Posição 2 Artur OrlandoO amor que no mundo psíquico é como no mundo físico o éter, que apesar da descontinuidade dos seres não cessa de manter o Universo na mais estreita solidariedade; o amor, força mágica que prende, subjuga e alucina, torna a economia da natureza pródiga, fantasticamente pródiga; semeando flores e frutos por toda parte, ornando de atrativos e esplendores o ninho dos pássaros e a câmara dos noivos; o amor que inspirou Miguel Ângelo, Corrégio, Rafael, iluminou a cabeça de Moisés no Sinai, do Dante no Inferno, de Milton, no Paraíso, com Dido criou a Eneida, com Catarina, os Lusíadas, com Leonardo da Vinci o retrato de Mona Lisa, ainda hoje admirado como encarnação da beleza e graça feminina, da glória de Francesco del Giocondo passando à imortalidade envolto na beleza da mulher, e atestado da ventura de um artista genial, que levou quatro anos cheios de músicas e cânticos, a desenhar um sorriso de mulher que se não sabe bem a quem é dirigido, se ao pintor, se ao marido: o amor que atirou o indomável Hércules aos pés de Onfália, absolveu Madalena, a pecadora, aos olhos do Cristo, e transformou o corpo de mármore de Galatéia em carne rósea e perfumada, para apaixonar Pigmalião de um bloco de pedra, – o amor foi eixo, sobre o qual girou a vida inteira de Junqueira Freire, o pólo magnético de sua febril atividade, a fonte fecunda de sua sublime inspiração.
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Cadeira 37, Posição 4 Assis ChateaubriandUma das desgraças do Brasil é precisamente o isolacionismo em que vivem do povo os seus partidos políticos.
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Cadeira 25, Posição 3 Ataulfo de PaivaJulgo ter dito bastante dos motivos que me arrastaram até vós, para que tente dissimular a viva emoção que me domina ao receber, neste ato, a vossa dignificante investidura.
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Cadeira 12, Posição 2 Augusto de LimaFundada a Academia, não houve quem duvidasse ser ela destinada a guardar o precioso tesouro da nossa língua e do bom gosto da sua forma literária.
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Cadeira 13, Posição 6 Augusto MeyerSe me debruço um pouco para dentro de mim mesmo, voltando aos caminhos confusos da juventude, vejo um mocinho espigado e tímido, já mais ou menos doente de Literatura.
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Cadeira 30, Posição 4 Aurélio Buarque de HolandaUma definição é muitas vezes sorte. É pegar borboleta no ar, é capturar.
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Cadeira 20, Posição 5 Aurélio de Lyra TavaresNão acrediteis que me tenha movido algum impulso de ambição descabida, ao volverem-se os meus olhos para o portal da vossa casa.
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Cadeira 8, Posição 3 Austregésilo de AthaydeVeio-me à idéia, ao começar a escrever este discurso, que nesta noite não estivéssemos aqui somente os vivos, os membros desta Academia, os representantes dos poderes do Estado, os diplomatas, as personalidades das Ciências, das Artes, da Literatura, do Jornalismo, as formosas senhoras que dão beleza e graça a este quadro inesquecível. Pensei que o panorama de tantas presenças tangíveis poderia ampliar-se no conspecto ideal do corpo triunfante daqueles que verdadeiramente chegaram Ad Immortalitatem e são hoje objeto do vosso culto, honra da nossa existência, guarda e proteção dos vossos ideais.
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Cadeira 34, Posição 2 Barão do Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos)Um diplomata não serve a um regime e sim ao seu país.
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Cadeira 18, Posição 2 Barão Homem de MeloMesmo a bordo dos transatlânticos que demandam os nossos portos, se exerce contra o nosso país uma propaganda injusta e cruel.
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Cadeira 6, Posição 4 Barbosa Lima SobrinhoNo esplendor das horas culminantes, a memória ilumina, entre os fragmentos do passado, cenas, ou impressões, a que atribui o prestígio de uma significação oportuna.
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Cadeira 4, Patrono Basílio da GamaSão muitos que falam de amor,
são poucos que sabem amar.
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Cadeira 1, Posição 4 Bernardo ÉlisA alegre, pequena e estranha
Cidade de Corumbá
Lembra uma vila de Espanha,
Na encosta de uma montanha,
Naqueles tempos de Alá.
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Cadeira 5, Patrono Bernardo GuimarãesAdeus também, canções enamoradas,
Adeus, rosas de amor, adeus, sorrisos.
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Cadeira 35, Atual Candido Mendes de AlmeidaNão há um Brasil indiferente à Academia. O poder nos corteja; a inteligência nos desdenha; sideramos o povo. Nosso é o lugar deste cativeiro social, de controles sutilíssimos, cenários da melhor usura do olhar e do prontuário das nossas etiquetas cívicas.
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Cadeira 5, Posição 4 Cândido Motta FilhoQuantas perguntas fiz a mim mesmo, para colocar uma ponte entre a minha pretensão e a vossa generosidade! Encontrei, entre as delícias do século XVIII, o discurso acadêmico em que Voltaire explica que a sua Academia se originou de uma reunião de amigos.
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Cadeira 34, Posição 6 Carlos Castello BrancoSubmeto-me às normas da Casa, espero que com brevidade que torne menos monótona essa parte da cerimônia.
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Cadeira 32, Fundador Carlos de LaetSabeis qual a magnitude da sua obra? Que nô-lo diga um dos seus mais conceituadas biógrafos.
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Cadeira 3, Atual Carlos Heitor ConyDeixei de acreditar em Deus no dia em que vi o Brasil perder a Copa do Mundo no Maracanã.
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Cadeira 9, Fundador Carlos Magalhães de AzeredoPonho a mão nessa mão que a saudade deixou para sempre no meu ombro. Nessa mão esquerda que escreveu, quando nasci, uma "Oração silenciosa", da qual foi rara a manhã em que não me ouvi a murmurar estes versos.
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Cadeira 4, Atual Carlos NejarSe quiserem saber quem sou
- Não sei quem sou
Só sei que em mim
A sombra e a luz
São vultos
Que se buscam e se amam
Loucamente.
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Cadeira 31, Posição 4 Cassiano RicardoA Cadeira que venho ocupar tem, para o meu caso, além de sua imensa significação cultural e moral, dadas as glórias imortais que tanto a ilustram, uma significação particular não menos tocante.
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Cadeira 7, Patrono Castro AlvesBendito aquele que semeia livros, fazendo o povo pensar.
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Cadeira 35, Posição 4 Celso Ferreira da CunhaA língua é um conjunto de sinais que exprimem ideias, sistema de ações e meio pelo qual uma dada sociedade concebe e expressa o mundo que a cerca.
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Cadeira 11, Posição 8 Celso FurtadoEm minha geração, conheci poucas figuras com esse talento protéico, e é com prazer que destaco dentre elas Darcy Ribeiro.
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Cadeira 38, Posição 3 Celso VieiraConheço bem os caminhos da vida e as quimeras do homem para não me exaltar no deslumbramento.
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Cadeira 6, Atual Cícero SandroniE ao estudar a vida dos que me antecederam, percebi quão longa e rica é a história da Cadeira número 6 da Academia Brasileira de Letras e quão breve é o tempo de que disponho para contá-la.
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Cadeira 29, Posição 3 Cláudio de SousaEntendestes com muita bondade admitir-me em vossa ilustre companhia, não em atenção a meu valor, que é nulo, mas como estímulo a nosso renascente teatro.
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Cadeira 33, Posição 2 Fernando MagalhãesNão será solidão, mas é retraimento.
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