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Histórias de mães

Sentimento forte de que algo vai acontecer com o filho. Todos nós já ouvimos histórias de mães que deram ouvidos à intuição. Conheça situações que vão fazer você ter certeza que mãe é um ser especial.

Permanente

Professora universitária Rachel Patrocínio, de 37, mãe de Pedro, de 2, ela conta que há pouco mais de um mês o tinha deixado na escola, quando, ao chegar em casa, começou a passar mal. “Era um mal-estar, um enjoo e sentia algo ruim. Foi muito estranho”, recorda Rachel. Foi quando a escola do menino telefonou que essa sensação passou a fazer sentido para Rachel. “Pedro havia deslocado o cotovelo e precisou ir urgentemente para o hospital. Na hora, vi que tinha pressentido isso.”
Uma outra vez em que Rachel teve intuições foi com o marido Daniel, de 37. “Há três anos, estava na aula de spinning e, de repente, senti que tinha que voltar para casa. Nunca tinha abandonado o exercício dessa forma. Era um aperto no peito e algo me dizia que tinha que voltar. Cheguei em casa e Daniel estava desmaiado, no chão do banheiro. Teve pedras nos rins e precisou passar por uma cirurgia.” Rachel acredita que há uma ligação forte entre as pessoas, principalmente com os filhos. “Sempre fui uma mulher com sono profundo. Depois que me tornei mãe, estou sempre em estado de alerta. É como se tivesse um radar interno.”


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Atenção

Rosana Márcia Coutinho, mãe de Lucas, de 18 anos, Paula, de 17 e de Vinícius, de 15, conta que já teve sonhos que lhe avisaram de que algo não estava bem com o caçula. “Uma vez sonhei que ele sofria um acidente. No outro dia, aconteceu algo com ele na escola.” O contrário também já aconteceu. Aos 3 anos, ele contou a Rosana que sonhou que havia alguém tentando machucá-la. “Ele diz que no sonho fez uma oração para mim. Na época, interpretei como um aviso. Estava passando por problemas para tirar carteira e mudei de autoescola. E consegui a habilitação.” Evangélica, Rosana aposta que a intuição são avisos de Deus. “Estou sempre atenta a eles, mas acho que isso não pode virar paranoia. Posso ter esse sentimento, mas não posso dirigir a vida dos meus filhos.”


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Era Disso Que Precisava

Foi também a intuição que avisou Aline Sancho, 35 anos, gerente comercial, que algo não estava bem com sua filha, de 1 ano e 2 meses. Aline deixou a filha com a avó para ir à uma festa. No caminho, sentiu o peito apertar. Telefonou para saber. "Me disseram que estava tudo bem, mas não fiquei satisfeita com a resposta, pois sentia uma vontade incontrolável de estar com ela". Aline fez meia volta e, ao chegar, encontrou a pequena com febre alta. "Desisti da festa, fiquei aliviada em confirmar que meu instinto estava certo e fiquei junto dela até sarar, senti que era isso que ela precisava".


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Karolina Cordeiro

Após descobrir que o filho tinha uma síndrome rara que afeta o sistema motor, a géografa Karolina Cordeiro encontrou no esporte uma forma de fazer com que Pedro tivesse a oportunidade de sentir o movimento e o prazer pela vida. Mesmo antes de Pedro nascer, Karolina já se interessava por corrida. Quando começou a se apaixonar pelo esporte, o menino apresentou os primeiros sintomas da síndrome de Aicardi–Goutières, aos dez meses de vida. “Ele dormia muito e começou a perder os movimentos do corpo. Descobri a síndrome depois de alguns exames nos Estados Unidos”.
Karolina parou de trabalhar para cuidar do filho, mas decidiu não parar de correr. Ao contrário, colocou Pedro no carrinho e passou a treinar com ele no Parque do Sabiá, em Belo Horizonte, Minas Gerais. No ano passado, a dupla realizou o sonho de correr junta uma prova oficial ao ultrapassar em 33 minutos os cinco quilômetros do Circuito de Corridas, em Uberlândia. “Foi muito emocionante. Foi a primeira corrida dele e minha juntos em uma prova oficial. E cada minuto foi um parto. Eu lembrei da vida dele toda. E ele é um vencedor. Eu falei que a medalha dele o estava esperando. Disse que ele já é um campeão e disse ainda: ‘Pedro não precisa chegar primeiro. O importante é chegar’”.


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Cristiana Guerra

Aos 36 anos, a publicitária mineira Cristiana Guerra – que já apareceu aqui no Hypeness em outra matéria -, grávida de sete meses de seu primeiro filho, depois de passar por dois abortos, acabou perdendo o marido em uma morte súbita. Ela costuma dizer que só sobreviveu aos dois últimos meses de gravidez porque o coração do bebê que ela carregava bateu por ele e por ela. Quatro meses depois do nascimento de Francisco, ela decidiu apresentar o pai a ele por meio de um blog, o Cartas para Francisco, que hoje virou Francisquices.
Nele, Cristiana registrou pedaços da história dos dois para o filho. Textos delicados, ora engraçados, ora sensíveis, mas sempre envoltos pela urgência de ser feliz e superar a perda. O blog acabou virando o livro Para Francisco. “Quando se consegue transformar a dor em um texto sensível, ela se transforma também”.


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Relação de Afinidade

Era 31 de maio de 2008. Os médicos já tinham reunido toda a família para avisar que o bebê de Renata Gandra nasceria morto. Renata, na época com 21 anos, e já com nove meses de gravidez, tinha ido ao hospital em Belo Horizonte para dar à luz. Para os enfermeiros e obstetras não havia mais o que fazer, a criança havia morrido, já que o ultrassom não acusava os batimentos cardíacos. Mas enquanto a família tomava as providências para o enterro, a bisavô da criança, Eunice de Freitas Lima, de 74, sorria e desafiava os médicos. Algo dentro dela dizia: seu bisneto está vivo. A intuição não falhou. Artur nasceu cheio de saúde. “Quando tenho o pensamento de que alguma coisa vai acontecer, acontece. Quando uma mãe fala, não se pode duvidar”, ensina Eunice de Freitas Lima.
Mãe de cinco filhos, essa senhora é pura intuição materna. O caso do bisneto virou lenda e a história é repassada entre os familiares, que até arrepiam só de lembrar da certeza que tinha a bisavó da criança, mesmo com toda a equipe médica dizendo o contrário.


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Preocupação

Quando a preocupação bate, a assistente administrativo Adjane Ferreira Caetano Brito, de 36, corre atrás de notícia da pequena Beatriz, de 4. “Quando ela estava com 1 ano e oito meses, ela estava na casa da minha mãe. Senti uma angústia e disse à minha mãe que tomasse cuidado com a escada da casa dela. Mas como a angústia não passava, resolvi ir embora do trabalho e quando cheguei, Beatriz tinha caído da escada. Fiquei tão nervosa que passei mal. O mesmo já aconteceu quando ela estava na escola e eu senti que algo não estava bem. Liguei e ela estava indisposta, teve uma virose”, conta. Adjane acredita que há algo além da carne nessa relação de mãe e filho. “Depois que ela nasceu, os meus sentimentos ficaram aflorados e estou mais atentas a ele”, garante.


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Intuição

Cibele Mourao Rotsen, mãe de Lucas, de 4, e Nicholas, de 2. Brasileira, Cibele mora na Austrália e conta que, em 2011, quando veio ao Brasil com os meninos, Nicholas, então, com nove meses, gripou, ficou com febre e com muito catarro. “Levei-o ao médico e a recomendação era o uso de antibiótico. Ele nunca havia tomado um remédio desse antes e meu marido é alérgico a amoxilina, justamente a medicação recomendada. O Lucas já havia tomado antes e nunca teve problemas”, recorda. A médica resolveu arriscar. Comprei a medicação, mesmo resistente. “Mas tinha algo errado, não queria dar o remédio. Desconfiada, dei. Ele teve uma reação alérgica e teve que ser tratado com antialérgicos”, conta Cibele, que acredita que são anjos da guarda que sopram nos ouvidos das mães. “Sempre acreditei em intuição de mãe.”


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Susto

Foi graças a este sensor noturno de mãe que Larissa Hernandez, técnica de enfermagem, 34 anos, mãe de Francisco, 3 anos, pode acudir o menino quando ele que se engasgou, aos dois meses. "Ele dormia na cama ao meu lado. Acordei de repente e vi que segundos depois, o bebê começou a sufocar. Estava engasgado com leite e muco na garganta e já ficando roxo. Por instinto, coloquei-o na posição recomendada e dei tapinhas nas costas. Até hoje não sei o que me despertou naquela noite", relata Larissa.


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Márcia Barros

Quando finalmente conseguiu engravidar do segundo filho, aos 37 anos, a professora Márcia Barros descobriu um tumor no seio direito. Se viu em um verdadeiro dilema: postergar o tratamento para depois do parto, sabendo que os mesmos hormônios necessários à gestação também alimentavam o tumor e faziam ele crescer mais rápido, ou abortar para combater o câncer, correndo o risco de nunca mais conseguir engravidar?
No terceiro mês de gestação, ela retirou seu seio doente e começou a quimioterapia. “Pedia desculpas ao meu filho. Ele nem tinha nascido e já precisava conviver com a problemática do câncer de mama. Vivi a doença e a gestação ao mesmo tempo, mas hoje posso afirmar com toda a certeza que a maternidade me salvou".


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Flávia Cintra

Ferida gravemente em um acidente de carro quando tinha 18 anos, a jornalista Flávia Cintra perdeu os movimentos do pescoço para baixo. Após meses de fisioterapia, no entanto, acabou recuperando o domínio dos braços. Aos poucos foi retomando sua vida e lutou com unhas e dentes para realizar seu grande sonho: ser mãe. “Quando eu estava grávida, muita gente me olhava com espanto na rua, como se fosse um crime uma tetraplégica engravidar,” revelou em uma entrevista concedida recentemente. Hoje, aos 38, repórter do programa Fantástico, da Rede Globo, ela é mãe dos gêmeos Mariana e Mateus. No dia a dia, Flávia, que é separada, acompanha as crianças em várias tarefas, e conta com a ajuda de duas assistentes em atividades que exigem mais mobilidade, como dar banho. “Minha deficiência não interfere no meu papel de mãe, porque ser mãe não é uma condição física.”
Flávia foi uma das principais fontes de inspiração para a criação da modelo Luciana, personagem vivida por Alinne Moraes em Viver a Vida, novela da Rede Globo escrita por Manoel Carlos.


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