A vida de Leo - Subindo a Serra
A semana de Leo não estava das melhores. Rotina, tédio, desânimo e poucas ideias de como melhorar esse clima. Mas ele descobriu como dar a volta por cima! Saiba como, em mais um capítulo de sua história.
RotinaSegunda-feira batendo na porta. E como a rotina cansa.
Acordar, no meio da poluição da cidade.
Ir trabalhar, e ter que trocar o pneu da bicicleta na volta, depois de atropelar uma garrafa de vidro quebrada.
Molhar as plantas. Comer. Dormir.
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SaudadeNão me leve a mal, não é sempre que eu sou chato assim. Mas às vezes, tenho essas crises de tédio. Estou com saudade de passar um tempo no mato.
O problema é que eu não tenho tempo. Nenhum. Já gastei todas as minhas folgas no trabalho. Minhas próximas férias estão bem distantes.
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RealistaO que fazer agora, Leo? Jogar na loteria e esperar pela improbabilidade cósmica de vencer e virar um milionário e poder viajar o quanto eu quiser?
Não.
Eu sou um homem realista.
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ClorofilaEsquento o que sobrou do jantar de ontem e lembro que minha última namorada me fazia beber suco de clorofila quando eu estava de mau humor. “Se faz bem para as plantas, tem que fazer bem para a gente, certo?”.
Ainda tenho minhas dúvidas sobre isso.
Vou dormir e sonho com florestas. Clorofila ao meu redor por todos os lados.
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Terça-FeiraTerça e é hora de pensar numa solução para esse marasmo. Praia de novo, tão cedo não teria tanta graça. E minha prancha está com o Davi, então nem para surfar ia valer.
Aproveito e ligo para o Davi. Ele diz que agosto é assim mesmo. O tempo demora mais a passar.
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Macarrão InstantâneoDepois me manda parar de reclamar, e ele que trabalha de fim de semana? Lembro ele que, assim, um fim de semana por mês, eu também trabalho. Então ele me manda parar de encher o saco e promete me trazer a prancha daqui a umas semanas.
Não saí para comprar comida então me viro com um macarrão instantâneo mesmo.
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Serra da CantareiraQuarta-feira. E acabo de decidir o que vou fazer. Subir pra Cantareira.
A Serra da Cantareira, não o sistema hídrico, que está dando dor de cabeça em todo mundo por falta das chuvas. Fazer trilha, curtir o frio e ficar com dor no corpo de tanto andar. Respirar um ar puro. Tem coisa melhor?
A semana até passa mais rápido depois dessa.
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Cheiro de matoNo sábado, acordo cedinho e faço um rolê de baldeações no transporte público até chegar lá. Escolho uma trilha conhecida. Meus tênis já fazem o caminho por mim e meu nariz agradece o cheiro de mato que me cerca.
Encontro mais gente pelo caminho, nos cumprimentamos, trocamos informações. Escuto os macacos bugio fazendo a algazarra deles ao longe, mesmo sem ver nenhum.
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Meu lugarChego ao mirante e paro para fazer um lanche. É, na quinta-feira finalmente comprei comida. Lá embaixo consigo ver a cidade. Mas sinto que agora estou no meu lugar.
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VivoSó chego em casa a noitinha. Me largo no sofá e deixo o cansaço me abraçar. Estou com o corpo doído, com frio e com fome.
E nunca me senti tão vivo.
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A Vida de Leo Ana Beatriz MonteiroEstudante de Comunicação e futura roteirista. Assim como Leo, é apaixonada pela natureza, e escreve aqui a história da vida dele.
Aguarde novos capítulos dessa história!
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