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Livros imperdíveis da literatura nacional

Veja o que há de mais novo na literatura brasileira. Não deixe de ler os clássicos, mas dê abertura a estes novos livros que, apesar de novos, já são conhecidos por sua qualidade e credibilidade.

Deixe o Quarto Como Está Amilcar Bettega Barbosa

Um homem toma um trem para sair da cidade, mas não consegue deixá-la. Outro personagem acorda em seu quarto e percebe que está acompanhado de um crocodilo. Uma casa redesenha a própria arquitetura como se estivesse viva. Nas histórias de Deixe o quarto como está, a lógica cotidiana abre espaço para estranhos eventos e relações, que passam a impor suas próprias regras e configuram um novo mundo.


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Pó de Parede Carol Bensimon

De volta à casa modernista onde cresceu, Alice revive a tragédia que marcou sua adolescência. Em uma pequena cidade, o início de uma misteriosa construção modifica a rotina das irmãs Lina e Titi. Clara, aspirante a escritora, emprega-se em um hotel da serra e transforma-se no Capitão Capivara. Nas três histórias de Pó de parede, as personagem encaram com sarcasmo e delicadeza as suas desilusões, revelando o lado melancólico da juventude.


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K. Bernardo Kucinski

Um jovem casal, ela química, professora na Universidade de São Paulo, ele físico trabalhando em uma empresa, desaparece sem deixar o menor sinal. Pânico na família e nas amizades, buscas incansáveis, qualquer fiapo de informação reacendendo esperanças, sofrimento indizível com a agonia da incerteza.
Mais tarde a realidade se impôs, trágica e definitiva: eram militantes da resistência e tinham sido sequestrados, torturados e assassinados. Este livro não veio para registrar fatos do terrorismo do Estado, mas, sim, para nos colocar dentro da dor e da memória. O senhor K. é o protagonista, dilacerado em seu amor paterno e os sentimentos de culpa: como não percebera o que acontecia com a filha, ele que também fora um resistente judeu na Polônia natal?


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Eles Eram Muitos Cavalos Luiz Ruffato

Com uma voz literária original e arrebatadora, Luiz Ruffato retrava um dia na vida de São Paulo, combinando recursos de sua formação jornalística a inovações formais e estéticas. O nove de maio de 2000 é um dia qualquer em São Paulo. Os habitantes seguem realizando pequenos e grandes feitos cotidianos, protagonistas de uma narrativa subterrânea, que representa, ao fim e ao cabo, o próprio tecido da cidade. Para captar essa polifonia urbana, Ruffato estruturou seu romance em 69 episódios, cada qual com registro e fôlego próprios, alternando entre poesia, discurso publicitário, música, teatro e prosa, instantâneos de uma cidade que só se move deixando para trás um rastro de esquecidos.


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Vermelho Amargo Bartolomeu Campos de Queirós

Vermelho Amargo procura revelar uma face diferente do escritor Bartolomeu Campos de Queirós. Um narrador em primeira pessoa revisita a dolorosa infância, marcada pela ausência da mãe substituída por uma madrasta indiferente. Há os irmãos, filhos de um pai que não larga o álcool e de uma madrasta que serve em todas as refeições fatia cada vez mais finas de tomate. Eles desenvolvem diversas anomalias para tentar suprir a ausência de afeto e a saudade da mãe - um come vidro, a outra não larga as agulhas e o ponto cruz. Numa espécie de contagem regressiva, o narrador observa seus irmãos mais velhos irem embora de casa.


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Galileia Ronaldo Correia de Brito

Três primos atravessam o sertão cearense para visitar o avô Raimundo Caetano, patriarca de uma família numerosa e decadente que definha na sede da fazenda Galiléia. Ismael, Davi e Adonias passaram parte da infância ali, mas fizeram o possível para cortar seus laços com a terra de origem. Fazem parte de uma geração que largou o campo para nunca mais voltar. Foram viver no exterior, procuraram reconstruir a vida em Recife, em São Paulo, na Noruega. Por mais que os protagonistas tenham se distanciado da violência que ronda a família, voltarão a senti-la de perto, descobrindo que nunca escaparam ou escaparão ao destino que os cerca. Terão de se reencontrar com a família e seus fantasmas, e reviver histórias de adultério, vingança e morte.


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Cinzas do Norte Milton Hatoum

Cinzas do Norte, terceiro romance de Milton Hatoum, é o relato de uma longa revolta e do esforço de compreendê-la. Na Manaus dos anos 50 e 60, dois meninos travam uma amizade que atravessará toda a vida. De um lado, Olavo, de apelido Lavo, o narrador, menino órfão, criado por dois tios mal-e-mal remediados, que cresce à sombra da família Mattoso; de outro, Raimundo Mattoso, ou Mundo, filho de Alícia, mãe jovem e mercurial, e do aristocrático Trajano. No centro das ambições de Trajano está a Vila Amazônia, palacete junto a Parintins, sede de uma plantação de juta e pesadelo máximo de Mundo. A fim de realizar suas inclinações artísticas, ou quem sabe para investigar suas angústias mais profundas, o jovem engalfinha-se numa luta contra o pai, a província, a moral dominante e, para culminar, os militares que tomam o poder em 1964 e dão início à vertiginosa destruição de Manaus.


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A Passagem Tensa dos Corpos Carlos de Brito e Mello

Construído de forma original, com 156 capítulos curtos, A Passagem Tensa dos Corpos trata de um tema consagrado, a morte, com uma abordagem e ambientação surpreendentes.
O narrador-personagem, figura indefinível e incorpórea, não é visto nem percebido por ninguém. Sua principal ocupação é percorrer cidades e registrar as mortes que encontra pelo caminho retratando como elas aconteceram e como estão sendo enfrentadas.


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Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos Ana Paula Maia

Com muito sangue, violência e boa literatura, Ana Paula Maia mostra o cotidiano de homens que lutam para sobreviver em meio à pobreza e a falta de esperança em uma vida melhor. Neste volume estão reunidas duas novelas. A primeira, que dá nome ao livro, tem como cenário um subúrbio distante, onde apostar em rinhas de cachorros assassinos é o divertimento mais saudável para homens que passam o dia a abater porcos. Na segunda narrativa, “O trabalho sujo dos outros”, o personagem principal recolhe o lixo numa cidade onde “tudo se transforma em lixo” e a riqueza da sociedade pode ser medida pela sua produção de lixo.


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A Morte Sem Nome Santiago Nazarian

Um suicídio por capítulo. Essa é a promessa do segundo romance de Santiago Nazarian. A Morte sem Nome é um quebra-cabeças gótico, ou melhor, um dominó, onde cada frase soma-se à seguinte e coincidência e recorrências vão compondo a história de uma mulher que vive apenas para se matar. Lorena é uma suicida serial, uma mulher sem amor e sem esperança, derramada por páginas e páginas de delírio e poesia. Procurando os restos dela estão um adolescente, um garçom, um feirante e um estuprador. A pergunta não é quem sairá com vida, mas quem carregará a morte em seus braços e escreverá seu epitáfio.


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Casa Entre Vértebras Wesley Peres

Uma prosa poética vigorosa, em ritmo delirante, conta a história de um homem que rumina cartas nunca escritas, angustiado em um labirinto de idéias e assombrações. Seus temas: solidão, infância, amor, memória, morte, loucura e religião. Um livro cujo arroubo estético e vigor da prosa valeram o Prêmio Sesc de Literatura.


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Nove Noites Bernardo Carvalho

Na noite de 2 de agosto de 1939, um jovem e promissor antropólogo americano, Buell Quain, se matou aos 27 anos, de forma violenta, enquanto tentava voltar de uma aldeia indígena no coração do Brasil para a civilização. O caso se tornou um tabu para a antropologia brasileira, foi logo esquecido e permaneceu em grande parte desconhecido do público. Sessenta anos depois, ao tomar conhecimento da história por acaso, num artigo de jornal, o narrador é levado a investigar de maneira obsessiva e inexplicada as razões do suicídio do antropólogo.


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Aberto Está o Inferno Antonio Carlos Viana

Nesta coletânea, ele apresenta 33 contos, ambientados ora em paisagens áridas e abafadas do interior brasileiro, ora na França ou no Marrocos, e marcados por "uma austera economia de meios". O denominador comum é uma constante sensação de perda - da infância, da pureza, da alegria - e a descoberta por vezes brutal do sexo e do mundo, sintetizada no título do livro, extraído de uma passagem da Bíblia: "Aberto está o inferno e não há véu algum que cubra a perdição" (Jó, 26, 6). Na prosa de Viana, espelha-se um Brasil miserável mas exuberante, que parece saltar diretamente das páginas do livro para os olhos e a imaginação do leitor.


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O Filho Eterno Cristóvão Tezza

Em O Filho Eterno, Tezza expõe as dificuldades, inúmeras, e as saborosas pequenas vitórias de criar um filho com síndrome de Down. Aproveita as questões que aparecem pelo caminho nestes 26 anos de seu filho Felipe para reordenar sua própria vida: a experimentação da vida em comunidade quando adolescente, a vida como ilegal na Alemanha para ganhar dinheiro, as dificuldades de escritor com trinta e poucos anos e alguns livros na gaveta, a pretensa estabilidade com o cargo de professor em universidade pública.


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Pornopopeia Reinaldo Moraes

Zeca é um ex-cineasta marginal que ganha a vida fazendo comerciais de marcas obscuras. Quando assume o compromisso de filmar um anúncio para uma fábrica de embutidos, é sugado por uma espiral de sexo e drogas. Depois de se ver envolvido com a morte de um traficante, o protagonista foge para uma cidadezinha praiana, onde dá continuidade à sua saga de atmosfera beatnik.


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