Romances mais importantes
De Machado de Assis a Mário de Andrade, a literatura brasileira conta com obras incríveis! Conheça os dez romances de maior destaque no cenário nacional.
Vidas Secas (1938) Graciliano RamosUm romance montado com cenas avulsas, a partir de quadros, em que Graciliano Ramos acompanha a rotina desesperadora de nordestinos que vivem de fazenda em fazenda, isolados do mundo.
Fabiano e Sinhá Vitória têm que tomar uma decisão crucial, eternizar este ciclo de exploração ou tentar dar aos filhos o estudo que eles nunca tiveram.
Mais do que um romance sobre a seca e o nordeste, é uma narrativa sobre o poder da linguagem.
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Grande Sertão: Veredas (1956) Guimarães RosaVerdadeira enciclopédia do Sertão, este romance avança barrocamente para todos os lados, mostrando um narrador sertanejo que usa filosoficamente a linguagem, modificando-a para tentar dar vazão aos seus questionamentos interiores.
Riobaldo narra para nos e para se convencer de sua inocência em relação a três episódios centrais: o pacto que ele teria feito com o diabo, o fato de amar em Diadorim (a guerreira travestida de jagunço) a mulher e não o homem e as mortes que ele comete na jagunçagem.
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Fogo Morto (1943) José Lins do RegoÉ a obra máxima do Ciclo da Cana de Açúcar, construída com recursos narrativos modernos, longe da memorialística de outros livros do autor.
Em “Fogo Morto” ele transforma em mito e em fantasmagoria o fim de um período colonial da história do Brasil, mostrando a falência do modelo social dos engenhos, do qual ele se sente órfão.
Aqui, a matéria nordestina ganha uma estrutura narrativa de planos que se sobrepõem, condensando todo um tempo.
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A Paixão Segundo GH (1964) Clarice LispectorÉ o livro mais importante de Clarice Lispector, marcado por uma estrutura solta, que não tem começo nem fim — inicia e termina com reticências.
O que o leitor acompanha é parte dos intermináveis questionamentos de uma narradora atormentada pela necessidade de se conhecer, ampliando metaforicamente o eu e o agora até os primórdios da vida no planeta.
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A Pedra do Reino (1971) Ariano SuassunaObra monumental, de incorporação da cultura popular, que se apresenta programaticamente inconclusa, na qual o narrador, preso por seu envolvimento com um episódio trágico do sertão (a degola de animais e pessoas para instaurar o Império da Pedra do Reino) constrói o romance como uma peça de defesa, tentando nos convencer de sua inocência.
Farsa e fanatismo dão a tônica ao romance.
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Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) Machado de AssisUma desconstrução do Brasil, por meio da ironia, que escancara a hipocrisia da nossa elite dirigente no século 19.
Machado de Assis dá voz a um narrador defunto que, longe da vida social, pode zombar do caráter das pessoas com quem conviveu.
O romance também é importante por se valer de novas técnicas narrativas, fazendo-se a obra mais inovadora daquele século.
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Recordações do Escrivão Isaías Caminha (1909) Lima BarretoÉ a obra que faz a passagem da língua mais formal, de matriz lusitana, para a linguagem quente das ruas, que representa os seres marginais em um Rio de Janeiro que sonha com a modernidade.
Aqui, Lima Barreto acompanha o drama de um mulato inteligente, que é violentamente discriminado por sua cor, o que o autor promove é uma naturalização da linguagem para dar espessura humana a atores sociais que nunca haviam sido protagonistas na literatura brasileira.
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O Ateneu (1888) Raul PompeiaÉ o precursor da autoficção, um romance carregadamente autobiográfico, centrado nas desilusões do menino Sérgio em um colégio que era tido como o melhor o país.
Ele descobre a falsidade e os comportamentos sórdidos de um mundo onde não há lugar para o amor e a amizade.
Escrito com um cuidado de poeta parnasiano, este é o romance brasileiro em que a linguagem literária chegou ao seu ápice.
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Macunaíma (1928) Mário de AndradeO mais divertido retrato do Brasil como um país que vive contemporaneamente em todas as idades do continente, no período pré-cabralino, no Brasil dos viajantes estrangeiros, na Colônia, no Império e na modernidade.
O grande feito do livro é transformar as características do homem nacional tidas como defeitos em elementos positivos de nossa identidade malandra, ao mesmo tempo em que elege a pilhagem nos documentos como uma forma de invenção selvagem.
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O Coronel e o Lobisomem (1964) José Cândido de CarvalhoAmbientado no litoral carioca, este romance coloca em cena um narrador mentiroso, que gosta de contar vantagem, mas que revela, em cada episódio, a sua ingenuidade de roceiro.
O coronel que acreditava em lobisomem é completamente enganado por figuras urbanas, cifrando o fim deste mundo mítico, que não tem mais continuidade no presente.
Aqui, a linguagem sertaneja ganha um colorido deslumbrante para cifrar o descompasso deste mundo.
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